Marte tem
'córregos' sazonais de água salgada, revela sonda da Nasa
Algumas
montanhas de Marte possuem
veios estreitos de água salgada líquida escorrendo em suas encostas, revela um
estudo divulgado hoje pela Nasa.
Essas
formações, que já haviam sido reveladas antes em imagens do planeta, já eram
apontadas como possivelmente originadas de salmouras, mas só agora surgiram
evidências diretas do fenômeno.
Essas
"linhas de encosta recorrentes", tal qual foram batizadas pelos
cientistas, são faixas estreitas, com menos de 5 metros de largura, que
aparecem durante períodos quentes em diversas regiões de Marte. As linhas se
alongam durante algum tempo e depois encolhem.
"Elas
são faixas escuras que se formam no fim da primavera, crescem no verão e
desaparecem no outono", afirmou Michael Meyer, chefe do programa de
exploração de Marte da Nasa, em entrevista coletiva para apresentar a
descoberta.
Cientistas
não conseguiam confirmar a natureza do fenômeno, porque a resolução das imagens
das melhores sondas no planeta não permitia fazer imagens nítidas de estruturas
tão estreitas.
A
hipótese de que as linhas observadas eram salmoura líquida saiu das
temperaturas registradas no local no verão marciano, acima de -23°C. Água com
alta concentração de sal, com ponto de derretimento mais baixo, pode existir na
forma líquida nessa faixa de temperatura.
Um grupo
de pesquisadores operando a sonda MRO (Mars Reconnaissance Orbiter), porém,
desenvolveu um método para contornar o problema das imagens sem resolução.
Lujendra Ojha, cientista nepalês do Instituto de Tecnologia da Georgia, e seus
colegas conseguiram extrair de imagens com um único pixel os dados espectrais
-- separação da luz em diferentes frequências -- capazes de revelar a composição
de substâncias.
As
informações obtidas pelos pesquisadores estão de acordo com o espectro de sais
minerais hidratados, reforçando a hipótese de que os veios recorrentes são
formadas com cristais de sal absorvendo umidade marciana. Estão presentes na solução
sais de cloro e oxigênio, como cloratos e percloratos, mas não se sabe ainda se
essas substâncias captam água da atmosfera ou do solo.
Fonte: G1
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