Não houve impacto – a curto prazo – do
programa Mais Educação nas notas dos estudantes de instituições que
participaram da iniciativa, revelou uma avaliação inédita divulgada nesta
segunda-feira durante o 12º Seminário Itaú Internacional de Avaliação Econômica
de Projetos Sociais, em São Paulo.
No evento, propostas e
modelos de educação integral foram discutidos por especialistas nacionais e
internacionais. O programa Mais Educação é uma iniciativa do governo federal
que amplia a jornada escolar com foco para a Educação Integral.
O levantamento, realizado pela Fundação
Itaú Social e pelo Banco Mundial, comparou o desempenho dos alunos em língua
portuguesa e matemática na Prova Brasil e também as taxas de abandono escolar
entre 2,7 mil escolas que aderiram ao programa e instituições que não eram
integrantes do Mais Educação, mas com características semelhantes, como número
de alunos e notas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
— Notamos que, naquelas que aderiram ao programa, não ocorreram os efeitos positivos esperados e, no caso de matemática, houve até diminuição das notas a curto prazo — revelou Naercio Menezes Filho, professor do Instituto de Ensino e Pesquisa da USP que apresentou os dados no evento.
Para tentar compreender o resultado da
avaliação, realizada entre 2008 e 2011, os pesquisadores também fizeram estudos
de seis casos: quatro redes municipais, uma estadual e no Distrito Federal. O
olhar mais qualitativo da falta de efeito nas notas em colégios com educação
integral, que é conceituada pela ampliação de tempo, espaço e conteúdo na
instituição, detectou uma dificuldade por parte das direções de se alinharem
com o programa a pouco prazo.
– A escola precisa redimensionar suas
ações em um curto espaço de tempo e isso acaba gerando desorganização. Há uma
fase de alinhamento com o Mais Educação que é gradual. Por outro lado, as
secretarias de educação precisam direcionar o seu papel para potencializar
resultados positivos do programa – ressaltou Karen Dias Mendes, gestora da área
de avaliação da Fundação Itaú Social que participou da pesquisa.
Fonte: Zero Hora (RS)
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