sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Brasil tira nota 4,5 em termos de oportunidades educacionais

O Ioeb (Índice de Oportunidades da Educação Brasileira) do país é de 4,5 numa escala que vai de zero a dez.
Para se ter uma ideia, o maior Ioeb no Brasil é da cidade de Sobral (CE): 6,1. A capital com melhor desempenho é São Paulo com Ioeb de 4,8. E a lanterninha entre as capitais é Belém com 3,5.
Isso quer dizer que alguém que nasceu em Sobral tem melhores oportunidades de atendimento educacional com qualidade que uma pessoa nascida em Belém. E, também, melhores condições de se sair bem na escola.
A ideia é avaliar quais são as oportunidades educacionais de crianças e jovens de 0 a 17 anos nas cidades. Mas foram calculados também os dados por UF e para o Brasil, trabalho dos pesquisadores Reynaldo Fernandes, professor da USP (Universidade de São Paulo) e da economista Fabiana de Felício.

Ioeb

Um dos diferenciais do indicador, que sintetiza dados de processo e insumos educacionais e resultados de avaliação, é considerar tanto as crianças que estão matriculadas (não importa se na rede pública ou na particular) quanto aquelas que estão fora da escola, explica Felício. "São as oportunidades ao acesso de educação de qualidade [que estão sendo mensuradas]."
O cálculo do índice envolve resultados do Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, taxa de matrícula e dados públicos de processos educacionais (escolaridade média dos pais, escolaridade dos professores com percentual de docentes com curso superior, experiência de diretores em anos de permanência na mesma escola, quantidade de horas de aula por dia e a taxa de atendimento de educação infantil). Na composição da nota final brasileira, as notas com os resultados do Ideb são responsáveis por 3,5 pontos e os insumos, por 1 ponto.
Segundo Fernandes, foram realizados diversos cálculos considerando outras variáveis de insumos, como salário do professor ou recursos para educação. Mas, afirma o economista, foi feita uma escolha metodológica de não incluir o componente financeiro por dois motivos: em primeiro lugar porque é um dado que está embutido nos itens considerados pelo cálculo e, depois, porque ele considera que o indicador tem menos chance de ficar defasado.
Questionado sobre a ausência de insumos de infraestrutura da escola (se tem biblioteca, quadra coberta, por exemplo), Fernandes disse que eles foram desconsiderados por não apresentarem correlação com os resultados finais.
Criador do Ideb Fernandes foi responsável pela elaboração do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 2007 quando presidente no Inep (autarquia do MEC responsável pelo Ideb, Prova Brasil e Enem). sua gestão foi de 2005 a 2009.
O índice foi lançado na manhã desta quarta (7) pelo CLP (Centro de Liderança Pública), em São Paulo, com apoio de importantes instituições de investimento social privado. São elas o Instituto Península, a Fundação Roberto Marinho e a Fundação Lemann.


Fonte : Uol educação

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