Brasil tira nota 4,5 em termos de oportunidades
educacionais
O Ioeb (Índice de Oportunidades da
Educação Brasileira) do país é de 4,5 numa escala que vai de zero a dez.
Para se ter uma ideia, o maior Ioeb no Brasil é da
cidade de Sobral (CE): 6,1. A capital com melhor desempenho é São Paulo com
Ioeb de 4,8. E a lanterninha entre as capitais é Belém com 3,5.
Isso quer dizer que alguém que nasceu em Sobral tem
melhores oportunidades de atendimento educacional com qualidade que uma pessoa
nascida em Belém. E, também, melhores condições de se sair bem na escola.
A ideia é avaliar quais são as oportunidades
educacionais de crianças e jovens de 0 a 17 anos nas cidades. Mas foram
calculados também os dados por UF e para o Brasil, trabalho dos pesquisadores
Reynaldo Fernandes, professor da USP (Universidade de São Paulo) e da
economista Fabiana de Felício.
Ioeb
Um dos diferenciais do indicador, que
sintetiza dados de processo e insumos educacionais e resultados de avaliação, é
considerar tanto as crianças que estão matriculadas (não importa se na rede
pública ou na particular) quanto aquelas que estão fora da escola, explica
Felício. "São as oportunidades ao acesso de educação de qualidade [que
estão sendo mensuradas]."
O cálculo do índice envolve resultados do Ideb, o
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, taxa de matrícula e dados
públicos de processos educacionais (escolaridade média dos pais, escolaridade
dos professores com percentual de docentes com curso superior, experiência de
diretores em anos de permanência na mesma escola, quantidade de horas de aula
por dia e a taxa de atendimento de educação infantil). Na composição da nota
final brasileira, as notas com os resultados do Ideb são responsáveis por 3,5
pontos e os insumos, por 1 ponto.
Segundo Fernandes, foram realizados diversos cálculos
considerando outras variáveis de insumos, como salário do professor ou recursos
para educação. Mas, afirma o economista, foi feita uma escolha metodológica de
não incluir o componente financeiro por dois motivos: em primeiro lugar porque
é um dado que está embutido nos itens considerados pelo cálculo e, depois,
porque ele considera que o indicador tem menos chance de ficar defasado.
Questionado sobre a ausência de insumos de
infraestrutura da escola (se tem biblioteca, quadra coberta, por exemplo),
Fernandes disse que eles foram desconsiderados por não apresentarem correlação
com os resultados finais.
Criador do Ideb Fernandes foi responsável pela
elaboração do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) em 2007
quando presidente no Inep (autarquia do MEC responsável pelo Ideb, Prova Brasil
e Enem). sua gestão foi de 2005 a 2009.
O índice foi lançado na manhã desta quarta (7) pelo
CLP (Centro de Liderança Pública), em São Paulo, com apoio de importantes
instituições de investimento social privado. São elas o Instituto Península, a
Fundação Roberto Marinho e a Fundação Lemann.
Fonte : Uol educação
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