Cortar
Bolsa Família é 'atentar contra 50 milhões de brasileiros', diz Dilma.
A
presidente Dilma Rousseff utilizou sua conta no microblog Twitter, na noite
desta quarta-feira (21), para criticar a possibilidade de o relator do projeto
do Orçamento 2016, deputado Ricardo Barros (PP-PR), propor o corte de R$ 10 bilhões do Bolsa Família no próximo ano. Para Dilma, cortar recursos do programa é
"atentar contra 50 milhões de brasileiros".
Principal bandeira dos governos do PT, o programa prevê
repasses mensais de recursos para famílias de baixa renda. Nesta terça (20),
com a alegação de equilibrar a peça orçamentária para o ano que vem, Ricardo
Barros afirmou que vai propor o corte R$ 10 bilhões dos R$ 28,8 bilhões
previstos para o Bolsa Família em 2016.
"O Bolsa Família completou
ontem 12 anos. Isso significa q o Brasil tem a 1ª geração de crianças q não
passaram fome e q estão na escola. É o maior programa de inclusão social do
mundo. Destinado aos + vulneráveis, ele mantém 36 milhões de pessoas fora da
extrema pobreza", disse Dilma no Twitter.
"O Bolsa Família é prioridade máxima para o meu
governo, como foi para o do ex-presidente Lula. [...] Cortar o Bolsa Família
significa atentar contra 50 milhões de brasileiros q hoje têm uma vida melhor
por causa do programa. Não podemos permitir q/ isso aconteça. Estou certa q/ o
bom senso prevalecerá na destinação de recursos ao programa", complementou
a presidente.
A proposta de Barros de cortar
recursos para o Bolsa Família já havia sido alvo de críticas dos
líderes do governo no
Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), e na Câmara, José Guimarães (PT-CE) nesta
terça.
O deputado José Guimarães
criticou a proposta e defendeu a necessidade da transferência de renda como
inclusão social.
"O Bolsa Família nem é esmola, nem é coisa para
sustentar gente que não quer trabalhar, é um programa estruturante, que
estrutura a economia local. (...) É um programa de inclusão social",
disse. "O governo não discutiu isso ainda, mas sou contrário [ao
corte]", acrescentou.
O senador Delcídio do Amaral disse que o programa é
“absolutamente prioritário para o governo” e que não vê sentido na proposta do
relator. “Cortar R$ 10 bilhões num programa que é, acima de tudo, cidadão, não
vejo sentido nenhum nisso. Acho que o governo tem se colocado de uma maneira
muito clara com relação à preservação desses investimentos”, afirmou.
Orçamento 2016
O projeto orçamentário para o próximo ano entregue ao
Congresso tem estimativa de déficit (gastos maiores
que receitas) de R$ 30,5 bilhões, o que representa 0,5% do
Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Foi a primeira vez na história que o governo federal
entregou a proposta de orçamento com previsão de déficit. O documento traz
ainda a previsão de crescimento econômico de 0,2% e de inflação de 5,4% no ano
que vem. O governo propõe elevar o salário mínimo para R$ 865,50 em 2016. Hoje,
o valor é de R$ 788.
Desde que recebeu a proposta
orçamentária do governo, o relator Ricardo Barros tem afirmado que a equipe
econômica poderia ter cortado mais despesas e equilibrado o Orçamento, se
tivesse incluído programas sociais no ajuste fiscal. Para ele, o governo não
cortou mais por “questões ideológicas”.
Fonte: G1
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