domingo, 6 de dezembro de 2015

Ceni diz que corrupção na CBF reflete país e sugere renúncia de Dilma.


No início da noite de sábado, o goleiro Rogério Ceni concedeu entrevista em Goiânia na qual revelou que chorou nos últimos dias pela tristeza pela aposentadoria e avaliou que seria "egoísmo" jogar o último jogo do Brasileirão machucado. Ceni, também, falou sobre temas políticos, e disse acreditar que os episódios de corrupção que atingiram a Confederação Brasileira de Futebol e o São Paulo em 2015 são reflexos do momento político do país, que, para ele, tomaria melhores rumos em caso de renúncia da presidente Dilma Rousseff (PT).
Na última quinta-feira o presidente da CBF Marco Polo Del Nero foi indiciado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusado de corrupção, após a divulgação de uma nova etapa da investigação que culminou na prisão do ex-presidente da entidade José Maria Marin. Há pouco menos de dois meses, o ex-presidente do São Paulo Carlos Miguel Aidar renunciou ao cargo após denúncias de desvio de dinheiro dos cofres do clube - até aqui não comprovadas. Para Ceni, tais cenários do futebol brasileiro refletem a política nacional.
"A situação política da CBF nada mais é que um reflexo da situação do nosso país. Aquela sensação de impunidade, de que se pode tudo. Mas tenho a sensação de que isso está mudando. Hoje você já vê político corrupto preso, empresário corrupto preso, milionário preso... Acho que isso era algo impensável há 20 anos. Temos que fazer algo. Principalmente as pessoas que podem mudar o futuro do país, de recuperar 13 anos jogados no lixo da política brasileira. Talvez demore cem anos para recuperar, mas eles têm a oportunidade de fazer isso por voto, decisão deles mesmo para colocar o país em um rumo correto", falou Ceni, em Goiânia.
No cenário nacional, Dilma Rousseff viu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), acolher na última quarta-feira o principal pedido de impeachment protocolado por partidos de oposição, que abriu o processo que poderá ou não afastar a presidente de suas funções. Ao comentar a renúncia de Carlos Miguel Aidar da presidência do São Paulo após a divulgação dos supostos casos de corrupção que desmantelaram sua base aliada, Ceni sugeriu que Dilma Rousseff siga o mesmo caminho.
"Infelizmente, às vezes, o sistema corrompe pessoas, muda as pessoas. Faz parte, infelizmente. Fez parte, infelizmente. Mas esse ano e meio de administração não pode ser um paralelo ao que é o São Paulo de 85 anos. Aconteceram fatos isolados que ainda hoje não sei dizer, porque nada foi provado ainda. Eu como atleta, torcedor e cidadão, quero desenrolar de tudo isso para saber o que aconteceu. Não podemos julgar, mas pelos detalhes dados, foram erros administrativos como todo o sistema político deste país. E tomara que também seja corrigido. Aqui aparentemente mostra isso, porque foi interrompido um mandato. E que o Brasil siga o mesmo caminho. Constatamos algo errado e houve a denúncia. Quem sabe a Dilma não aproveita o mesmo caminho...", falou o goleiro.
Fora daquele que seria seu último jogo oficial como jogador de futebol, neste domingo, contra o Goiás, Rogério Ceni viajou a Goiânia com a delegação do São Paulo para se concentrar pela última vez antes da aposentadoria, mesmo sem condições de jogo devido a uma lesão ligamentar no tornozelo direito. Aos 42 anos, Rogério Ceni já fez seu último jogo profissional e agora só entrará em campo mais uma vez pelo São Paulo: na sexta-feira, no Morumbi, em sua festa de despedida que contará com amistoso entre jogadores e ex-jogadores campeões mundiais pelo clube em 2005 e no período comandado por Telê Santana, em 1992 e 1993. 
O São Paulo joga neste domingo contra o Goiás às 17h, no Serra Dourada, e precisa de um empate para garantir a quarta posição na tabela final e, consequentemente, a vaga para a próxima edição da Copa Libertadores - desde que o Internacional não vença o Cruzeiro por sete gols ou mais de diferença. Caso seja derrotado pelo Goiás, o São Paulo terá de torcer para que o Internacional não vença o Cruzeiro no Beira-Rio, no mesmo horário. 

 

Fonte: Uol

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