Simulação passa a ser obrigatória.
O processo para obter a Carteira Nacional de
Habilitação (CNH) sofreu modificações que passaram a valer desde o primeiro dia
do ano. É que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) decidiu tornar
obrigatória a utilização de simulador de direção veicular em Centros de
Formação de Condutores (CFC) em todo o Brasil. A regulamentação está em
resolução de número 543 do Contran, publicada no Diário Oficial da União em 20
de julho de 2015, e só é válida para pessoas que se matricularem em autoescolas
a partir do início da vigência da medida.
Neste primeiro
momento, apenas aprendizes que pretendem habilitação categoria “B” deverão
cumprir a exigência. Posteriormente, passará a valer para as demais categorias
(caminhões, motos e ônibus). No Rio Grande do Norte, os CFC’s já estão em fase
de adaptação à resolução. São 88 estabelecimentos credenciados ao Sindicato dos
Proprietários de Centros de Formação de Condutores do RN (SIPROCFC-RN). Destes,
50 já dispõem do equipamento. O restante deverá receber os simuladores até o
final de janeiro.
Conforme estabelece
a legislação, de um total 25 aulas práticas, de 50 minutos cada, cinco deverão
ser realizadas por meio do simulador. Pelo menos uma dessas aulas deve ser em
conteúdo noturno. A utilização do aparelho deve se dar após a conclusão do
teste psicotécnico, das aulas teóricas, com a realização do “provão”, e antes
das aulas práticas com veículo em campo. O equipamento põe os alunos à prova em
diversas situações presentes no cotidiano dos motoristas, como dirigir em meio
a uma forte chuva ou a uma neblina, por exemplo.
A adoção deste novo
recurso culminou com algumas alterações em termos de custos e prazos. Antes da
resolução, se levava de 45 a 60 dias para retirar a CNH, com valor estimado em
R$1.300. Agora, a previsão é de que a habilitação seja entregue, após todos os
testes, em até 75 dias, com custo estimado entre R$1.650 e R$1.700.
De acordo com Fátima
Machado, proprietária e instrutora de uma autoescola localizada no Centro de Parnamirim,
o uso do simulador deverá proporcionar mais qualidade na formação apesar dos
custos que possam implicar. “Eu acredito no resultado final. Na aula prática,
tem que explicar ao aluno sobre painel, troca de marcha, pedais, isso levava
pelo menos quatro aulas para aprender. Com o simulador se economiza tempo. Caso
o aluno tenha dificuldade, o próprio equipamento auxilia”, explicou.
Além disso, na avaliação da diretora, o aluno ganha mais confiança após
concluir os testes no simulador. “Principalmente para quem não tem conhecimento
nenhum do veículo, pois irá aprender todos os comandos. Quando chegar ao
veículo, já terá conhecimento do equipamento”, considerou.
Mesmo com os benefícios trazidos pela
incorporação do simulador ao processo de aprendizagem, as aulas ainda não
começaram a ser registradas. O funcionamento da máquina se dá por meio online,
em que é necessário estar conectado com o Departamento Estadual de Trânsito
(Detran) de cada estado. No contexto potiguar, o órgão estadual ainda não
estabeleceu ligação online com as autoescolas, para que sejam registradas as
presenças dos instrutores, dos aprendizes e, sobretudo, o desempenho destes
durante as aulas no equipamento.
A reportagem entrou em contato com o Detran-RN
para saber dos motivos para a falta de conexão, bem como de prazos para sanar o
problema, mas não obtivemos retorno até o final desta matéria.
Fonte: Tribuna do Norte
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