Violência
contra jornalistas nas Américas aumentou em 2015, diz OEA.
A
Comissão Interamericana de Direitos Humanos, órgão autônomo da
Organização dos Estados Americanos (OEA), denunciou que em 2015 aumentou a
violência contra os profissionais de comunicação na América e informou que pelo
menos 27 jornalistas foram assassinados no exercício da profissão.
“O continente tornou-se
uma das regiões mais perigosas do mundo para exercer o jornalismo e as
agressões mais graves, como o assassinato e o rapto, tornaram-se uma das piores
formas de censura”, diz a comissão no seu relatório anual sobre a liberdade de
expressão.
No
Relatório da Liberdade de Expressão da Comissão exprimiu-se a preocupação pelos
27 assassinatos de jornalistas “em circunstâncias que poderiam estar
relacionadas com a sua profissão”, além de mais 12 casos em que não foi possível
determinar o vínculo com a profissão.
A
comissão, com sede em Washington, considerou “alarmante” que, pelo terceiro ano
consecutivo, tenha crescido o número de assassinatos de jornalistas, uma vez
que em 2014 foram registrados 25 homicídios e 18 em 2013.
Os
países que em 2015 registaram assassinatos de jornalistas foram Brasil,
Honduras, México, Colômbia, Guatemala, República Dominicana, Estados Unidos e
Paraguai. Na sua maioria, os jornalistas assassinados cobriam temas
relacionados com o crime organizado, a corrupção política ou eram vozes firmes
em suas comunidades.
“Mantêm-se elevados
índices de impunidade em muitos países, apesar da identificação dos autores
materiais e morais destes crimes, o que provoca um efeito inibitório
generalizado, que limita o direito à liberdade de expressão em zonas inteiras
do continente”, lamentou a comissão.
A
organização criticou também “a resposta desmensurada” de vários países ao
exercício do direito de manifestação e protesto, uma vez que em muitos casos as
autoridades fizeram um “uso desproporcionado” da força para calar os
manifestantes.
Fonte: Agência Lusa
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