Anvisa aprova
primeiro imunoterápico para câncer de pulmão no Brasil.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta
segunda-feira (4), o primeiro medicamento imunoterápico para tratar câncer de
pulmão no Brasil. O nivolumabe, cujo nome comercial é Opdivo, foi autorizado
para tratar câncer de pulmão metastático ou localmente avançado e melanoma
metastático.
Em vez de terem como alvo direto o tumor, os
medicamentos imunoterápicos potencializam a resposta imunológica do próprio paciente
contra o câncer. Uma das vantagens da estratégia é que ela apresenta muito
menos efeitos colaterais do que a quimioterapia, por exemplo.
Segundo o oncologista Vladmir Cláudio
Cordeiro de Lima, do A.C.Camargo Cancer Center, o nivolumabe, da farmacêutica
Bristol-Myers Squibb, têm sido testado para vários outros tumores contra os
quais demonstra ter potencial.
“Ele
não ataca o tumor, mas modifica o sistema imunológico, então o mecanismo é
igual para todos eles”, explica o médico.
Para câncer de pulmão, a droga será indicada para aqueles que, com
câncer metastático ou localmente avançado, já se submeteram ao tratamento
quimioterápico e não tiveram boa resposta. Em estudos, a sobrevida dos
pacientes que receberam a droga dobrou em relação aos que receberam um
quimioterápico.
A taxa de resposta também foi maior: de 20% com o
nivolumabe, contra 9,9% com o quimioterápico convencional. “A resposta ainda
não é alta, mas já é muito melhor do que o que se tem com o tratamento
convencional”, diz Lima.
Preço elevado
A partir da aprovação do medicamento, é feita a
definição do preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED)
da Anvisa, o que pode levar cerca de três meses.
Segundo Lima, cada aplicação do nivolumabe
custa cerca de US$ 18 mil nos Estados Unidos e, para o tratamento, é indicado
que se tome uma dose a cada 14 dias por um período indefinido enquanto o
paciente estiver respondendo bem à medicação.
Uma das características do tratamento é
que, no início, o tumor parece progredir antes de começar a diminuir. “Com essa
droga, você reativa o sistema imune e o linfócito vai para dentro do tumor. O
tumor aumenta de tamanho, mas não porque está crescendo, mas porque as células
inflamatórias estão dentro dele, é uma pseudoprogressão.”
Já existe no mercado brasileiro outro
imunoterápico indicado contra melanoma: o ipilimumabe, cujo nome comercial é
Yervoy, também produzido pela Bristol. Segundo especialistas, a busca de
imunoterápicos contra câncer é um campo promissor de pesquisa em oncologia.
Fonte: G1
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