quarta-feira, 18 de maio de 2016

Número de leitores no Brasil sobe 6% entre 2011 e 2015, diz pesquisa.

 

 

 

O número de leitores no Brasil subiu 6% entre 2011 e 2015, de acordo com a 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Ibope sob encomenda do Instituto Pró-Livro. O levantamento, que teve abrangência nacional, aponta que o país tem cerca de 104,7 milhões de leitores, ou seja, 56% da população.

A metodologia da pesquisa considera como leitor, aquele que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos três meses. No intervalo entre as pesquisas, o percentual de homens considerados leitores foi o que mais subiu. O percentual passou de 44%, em 2011, para 52%, no ano passado.

A pesquisa aponta que o brasileiro lê, em média, 2,54 livros no período referência de três meses anteriores à pesquisa. O número equivale a 4,96 livros por habitante/ano. O levantamento considerou todos gêneros: literatura, contos, romances, poesia, gibis, Bíblia, livros religiosos e livros didáticos. Deste total de 2,54 livros, o brasileiro leu 1,06 livro inteiro e 1,47 em partes nos três meses anteriores à pesquisa.
A Bíblia foi citada como o "gênero" que mais costuma ser lido entre aqueles que não estão estudando, sendo citado por 50% dos entrevistados com esse perfil. Entre os estudantes, a Bíblia foi citada por 31% dos entrevistados, mesmo percentual que a resposta "contos", seguindo por "didáticos" com 28%. 
Depois do "gosto ou interesse pessoal", com 47%, a motivação religiosa foi apontada como a segunda principal razão para ler, com 22% das respostas. "Indicação da escola" aparece na sequência com 10%, "para se distrair" teve 8% e "por motivo profissional", 7%. 


Aumento da escolaridade 


De acordo com os responsáveis pela análise, o aumento da escolarização pode ajudar a explicar o aumento dos entrevistados considerados leitores: o percentual de analfabetos ou de pessoas que não frequentaram escola formal caiu de 9%, em 2011, para 8%, em 2015. Por outro lado, em 2011, o número de entrevistados que não estudavam era de 68% e, em 2015, passou para 73%.
O aumento na escolaridade foi percebido no aumento do total de entrevistados que declarou ter ensino superior, dado que subiu de 10% em 2011 para 13% no ano passado. Também houve aumento no ensino médio, de 28% para 33%.
Os dados apresentados pelo Instituto Pró-Livro apontam que, quanto maior o nível de escolaridade, menores são as proporções de motivações de leitura ligadas à “exigência escolar” ou a “motivos religiosos” e, maiores são as menções a “atualização cultural ou de conhecimento geral”.

Livros mais citados 

Abaixo, os livros mais citados, em ordem decrescente: 

Bíblia 
Diário de um banana 
Casamento Blindado 
A Culpa é das Estrelas 
Cinquenta Tons de Cinza 
Ágape 
Esperança 
O Monge e o Executivo 
Ninguém é de ninguém 
Cidades de Papel 
O Código da Inteligência 
Livro de Culinária 
Livro dos Espíritos 
A Maldição do Titã 
A Menina que Roubava Livros 
Muito mais que cinco minutos 
Philia 
A Única Esperança

Na lista de livros, a Bíblia mantém o primeiro lugar também obtido em 2007 e 2011. Neste ano, ela teve 225 menções diretas entre os mais de 5 mil entrevistados. O livro Ágape, segundo lugar em 2011, e a Menina que roubava livros, que foi 19º na pesquisa anterior, são os únicos que voltaram a constar entre os mais citados. 
Ainda segundo os autores do levantamento, 28% dos entrevistados se declararam como integrantes de religiões em que a leitura da Bíblia é central para a prática religiosa, como no caso das diversas denominações evangélicas.


Autores mais citados 


Abaixo, os livros mais citados, em ordem decrescente: 

Augusto Cury 
João Ferreira de Almeida 
Zibia Gasparetto 
Padre Marcelo Rossi 
Cristiane Cardoso 
Cristiane e Renato Cardoso 
Paulo Coelho 
Allan Kardec 
John Green 
Chico Xavier 
Ellen G. White 
Machado de Assis 
Padre Fábio de Melo 
Maurício de Souza 
Bispo Edir Macedo 
Kéfera Buchmann


Evolução por regiões 


Com exceção do Nordeste, a pesquisa identificou aumento no total de leitores em todas as regiões. Os dados não foram detalhados por estados.
Na terceira edição da pesquisa, em 2011, o Centro-oeste do país liderava o número de leitores por região com 53%. Nesta última edição, o melhor percentual passou a ser o da região Sudeste, com 61%. A região Centro-oeste caiu para a segunda posição com 57% e a região Norte ultrapassou a região Nordeste alcançando o terceiro lugar com 53%.
O primeiro lugar no quesito número de livros lidos (inteiro ou em partes) por habitantes nos últimos três meses também ficou com a região Sudeste, com 2,98 - índice que ultrapassa a média nacional de 2,54. O Centro-oeste torna-se o segundo colocado com 2,52, seguido do Norte com 2,44, do Nordeste com 2,15 e do Sul com 2,05. Em 2011, o Centro-oeste apresentava 2,12, o Nordeste 2, o Suddeste 1,84, o Sul 1,68 e o Norte 1,51.


Metodologia 


A edição 2016 é a quarta edição da pesquisa, que teve também outras publicações referentes a dados coletados nos anos de 2000, 2007, 2011. A pesquisa teve abrangência nacional, com 5012 entrevistas pessoais, feitas nos domicílios dos entrevistados entre 23 de novembro e 14 de dezembro de 2015. Foram ouvidos brasileiros a partir de 5 anos, alfabetizados ou não.


Perfil da amostra 


Entre os ouvidos pela pesquisa em 2015, 8% se declarou "não alfabetizado" ou que "não frequentou escola formal". Outros 21% disseram ter ensino fundamental I (1º ao 5º ano), 25% declararam ter o fundamental II (6º ao 9º ano), 33% o ensino médio e 13% o ensino superior.
Responsável pela pesquisa, o Instituto Pró-Livro (IPL) foi criado em 2006 pelas entidades do setor do livro – Associação Brasileira de Livros Escolares (Abrelivros), Câmara Brasileira de Livros (CBL) e Sindicato dos Editores de Livros (SNEL). É mantido por contribuições dessas entidades e de editoras, com o objetivo principal de fomento à leitura e à difusão do livro.
Desde a segunda edição o Instituto adotou metodologia que considera as orientações do Centro Regional de Fomento ao Livro na América Latina e no Caribe (Cerlalc), da Unesco, e pela Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). O objetivo foi buscar um padrão internacional de medição que permita eventuais comparações e estudos sobre a questão da leitura nos países da região.

 







Fonte: G1

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