terça-feira, 24 de maio de 2016

Sindicalistas e deputados criticam extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário.



Sindicatos de trabalhadores rurais e parlamentares criticaram, nesta terça-feira (24), a extinção do Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA). Eles participaram de audiência da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados que discutiu a situação da agricultura familiar. A pasta extinta foi fundida ao Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, e passou a ter as atividades unificadas no novo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.     
Para o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Ercílio Broch, a reforma ministerial é um recuo para a agricultura familiar.


“Nós não podemos conceber a agricultura familiar relegada como se fosse uma política social, como se os grandes [proprietários] fizessem o desenvolvimento e nós uma política compensatória”, declarou, ao ressaltar que o setor responde pela produção de 70% dos alimentos consumidos no País.     


Segundo ele, a extinção do MDA põe em evidência o embate entre dois discursos: o da agricultura empresarial e o dos produtores mais pobres. No entanto, ele argumenta que para a eficiência do agronegócio não podem existir posições em desvantagem.    
A diretora da Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, Elisângela dos Santos Araújo, acredita que a reforma ministerial trouxe incertezas sobre a liberação de recursos aos pequenos produtores. Em maio, foram anunciados R$30 bilhões de crédito para o Plano Safra ciclo 2016/17. Para ela, hoje não há mais previsão sobre futuros investimentos.


“Um governo que tem a coragem de fazer a extinção de um espaço como o MDA na política, não tem compromisso com o país”, enfatizou. 


O deputado Zé Silva (SD-MG) criticou a medida, argumentando que a agricultura familiar não pode ser enquadrada na área social. Ele explicou que 55% dos produtos de pequenos produtores têm impacto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). "Isso mostra que não é tema para ser tratado na área social”, disse.      
Já para o deputado Zé Carlos (PT-MA), o fim do MDA pode comprometer os avanços na área. Para ele, a pasta foi bem sucedida ao estimular política de crédito agrário em benefício a 136 mil famílias beneficiadas em dois mil municípios.
Os deputados Patrus Ananias (PT-MG) e Pepe Vargas (PT- RS), ex-ministros do MDA, também criticaram a extinção da pasta. “Um golpe a serviço dos ricos, contra os movimentos sociais, contra agricultores familiares”, afirmou Ananias. 







Fonte: Câmara Noticias

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