Empresário foragido
da Operação Turbulência é encontrado morto.
O
empresário Paulo Cesar de Barros Morato foi encontrado morto na noite desta
quarta-feira (22), em um motel no bairro de Sapucaia, em Olinda, Região
Metropolitana do Recife, de acordo com a Polícia Federal. Morato era
considerado foragido pela PF desde a terça-feira (21), quando foi deflagrada a Operação Turbulência.
"Quem vai cuidar da
investigação por enquanto é a Polícia Civil. Mas já foi designado um policial
federal para acompanhar os trabalhos da perícia. Se for constatado que as
circunstâncias da morte têm ligação com a Operação Turbulência, aí Polícia
Federal pode entrar nas investigações", afirmou o assessor de comunicação
da PF, Giovani Santoro.
Ainda
não se sabe a causa da morte de Morato. A advogada do empresário, Marcela
Moreira Lopes, afirmou que ele já havia tentado suicídio anteriormente.
Um
policial civil que participa da ocorrência e prefere não ser identificado
contou que o empresário deu entrada sozinho no motel na terça-feira (21), por
volta das 12h30. A polícia foi acionada às 19h desta quarta. Foi encontrado
dinheiro no quarto do empresário, mas o valor ainda não foi quantificado pela
polícia.
Na
terça-feira, os policiais federais prenderam quatro pessoas - Eduardo Freire
Bezerra Leite, Arthur Roberto Lapa Rosal e Apolo Santana Vieira, João Carlos
Lyra Pessoa Filho. O operação investiga uma organização criminosa suspeita de
lavagem de dinheiro, que pode ter financiado a campanha política do
ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014. Nesta quarta-feira, a
imprensa teve acesso ao inquérito, que aponta que Campos e o senador Fernando Bezerra Coelho receberam
propina do dono do avião, João Carlos Lyra Pessoa de Melo.
De
acordo com o Ministério Público Federal (MPF), Morato era o “verdadeiro
responsável pela empresa Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplanagem
LTDA”. Segundo o inquérito da PF, por meio desta e outras pessoas jurídicas,
Morato teria “aportado recursos para a compra da aeronave PR-AFA (que caiu com
Campos, em 2014) e recebido recursos milionários provenientes de empresas de
fachada utilizadas nos esquemas de lavagem de dinheiro, engendrados por Alberto
Yousseff e Rodrigo Morales e Roberto Trombeta, além de provenientes da
construtora OAS”.
A
Câmara & Vasconcelos é apontada pelo inquérito como a empresa que recebe da
OAS o montante de R$ 18.858.978,16. O documento afirma que "chama a
atenção" o repasse de recursos milionários de quase R$ 19 milhões para
"uma empresa fantasma, a qual possui 'laranjas' confessos em sua
composição societária, o que representa um claro indicativo de lavagem de
dinheiro".
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