segunda-feira, 13 de junho de 2016

Investigação sobre Agripino aponta 'operações suspeitas' de R$ 15,9 mi.


José Agripino (DEM-RN) durante sessão no Senado
(Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão de fiscalização ligado ao Ministério da Fazenda, indicou "operações suspeitas de lavagem de dinheiro" envolvendo o presidente do DEM, o senador Agripino Maia (RN), no valor de R$ 15.908.096,00.    
O dado integra investigação sobre o senador que apura suposto recebimento de propina da construtora OAS em troca de ajuda para liberar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).      
O senador nega recebimento de propina e favorecimento à empresa. "Sou acusado de facilitar pagamentos feitos a OAS pelo BNDES. Que força teria eu no BNDES sendo líder de oposição há treze anos?", disse, por meio de nota.

As "operações suspeitas", diz o relatório de inteligência do Coaf, teriam sido realizadas entre o senador, empresas de familiares e assessores, de dezembro de 2011 a novembro de 2014, "exatamente em épocas de campanhas eleitorais".

Para a Polícia Federal, trata-se de um indício de que pedidos de doações eleitorais feitos por Agripino à OAS "foram prontamente atendidos, e podem ter-se constituído em forma dissimulada de repasse de propina".


Obras no Arena das Dunas


A suposta vantagem da OAS ao senador teria sido paga, segundo as investigações, em troca da atuação do senador junto a órgãos de fiscalização com o objetivo de destravar financiamento do BNDES para a OAS realizar obras na Arena das Dunas, estádio construído em Natal para sediar as obras da Copa do Mundo de 2014.       
Em discurso no último dia 26 de abril no Senado, Agripino admitiu ter se reunido com conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para esclarecer supostas irregularidades na obra. Disse, no entanto, que o órgão de fiscalização não aceitou as explicações. O aval do tribunal era necessário para destravar o empréstimo do BNDES.
Mas, segundo o senador, foi o Tribunal de Contas da União (TCU), que deu parecer favorável. Agripino diz não ter atuado junto ao órgão no caso.       
Em relação às movimentações financeiras, Agripino sustenta que são relacionadas a negócios de sua família. Em nota, diz desejar celeridade na apuração dos fatos e diz que seus extratos bancários e declarações de Imposto de Renda "esclarecerão definitivamente a movimentação financeira questionada".


Inquérito      


O inquérito foi aberto no ano passado a partir da descoberta de trocas de mensagens de celular entre Agripino e Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, numa investigação da Operação Lava Jato. Como o caso de Agripino não está relacionado a desvios na Petrobras, ficou de fora da Lava Jato e tem como relator o ministro Luís Roberto Barroso.   
No início deste mês, a PF pediu prorrogação do inquérito para coletar mais provas. Um dos caminhos é colher dados de voo e hospedagem, em Natal, de funcionários do doleiro Alberto Youssef que entregavam propina da OAS para caixa 2 de campanhas.    
Já foram autorizadas quebras de sigilo de Agripino, vários de seus parentes e de empresas ligadas à família. O próprio senador e um de seus filhos, o deputado federal Felipe Maia (DEM-RN), deverão depor no caso.       
Na nota distribuída à imprensa, Agripino também informa que se manifestou sobre a investigação de que é alvo no discurso que fez na tribuna do Senado no dia 26 de abril.

 






Fonte: G1

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