Machado terá que devolver R$ 75
milhões e ficar 3 anos preso em casa.
O
ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado se comprometeu a devolver aos cofres públicos R$ 75
milhões que teria recebido de propina enquanto comandou a estatal, de 2003 a
2014. Parte menor do valor, de R$ 10 milhões, deverá ser pago até o fim deste
mês. Outros R$ 65 milhões até o final do ano que vem.
O
montante foi acertado no acordo de delação premiada fechado pelo executivo com
o Ministério Público. Pelo acordo, ele pegará uma pena máxima de 20 anos quando
for condenado, mas cumprirá apenas 3 anos em prisão domiciliar.
Nesse
período, deverá permanecer em casa por 2 anos e 3 meses. Depois, poderá sair
para prestar serviços comunitários. Em sua residência, em Fortaleza, poderá
receber apenas advogados, profissionais de saúde e uma relação restrita de 27
familiares e amigos.
Até
fevereiro de 2018, Machado poderá se ausentar da residência somente em algumas
datas especiais, como o Natal.
Na
colaboração com as investigações da Operação Lava Jato, Sérgio Machado admitiu
ter repassado propina a mais de 20 políticos de 6 partidos. Só para
o PMDB, que apadrinhou sua nomeação, o executivo teria arrecadado R$ 100
milhões.
O
novo delator da Lava Jato também contou aos procuradores da República sobre
pedidos de doações eleitorais de parlamentares de PMDB,
PT, PP, DEM, PSDB e
PC do B.
"Embora a palavra
propina não fosse dita, esses políticos sabiam, ao procurarem o depoente, que
não obteriam dele doação com recursos do próprio, enquanto pessoa física, nem
da Transpetro, e sim de empresas que tinham relacionamento contratual com a
Transpetro", disse Machado na delação.
A
Transpetro informou que analisa o conteúdo das delações de Sérgio Machado e de
seus filhos, que é "vítima da prática de delitos" e que, como tal,
será beneficiada pela multa a ser paga pelo delator. A empresa ressalta ainda
que "atua em conjunto com a Petrobras e colabora com os Órgãos Externos de
Controle, Ministério Público e Poder Judiciário".
Fonte: G1
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