De
cada 10 beneficiários do INSS, ao menos seis devem no consignado.
Chegar
à velhice tem sido doloroso para milhões de brasileiros. Mesmo após uma vida de
trabalho e sacrifícios, os aposentados e pensionistas da Previdência não
conseguem desfrutar do tempo livre com dinheiro no bolso. Dados do Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS) mostram que, de cada 10 beneficiários do
sistema, pelo menos seis estão endividados pela contratação do crédito
consignado.
Grande
parte dos idosos faz isso, não para pagar as próprias contas, mas para
sustentar filhos ou netos desempregados. Em outros casos, precisam ajudar
familiares que têm renda, mas insistem em manter um padrão de vida acima do que
o contracheque permitiria.
Segundo o INSS, dos 33,79 milhões de
beneficiários, 20,05 milhões têm operações com desconto em folha, 59% do total.
Esse grupo devia R$ 102,3 bilhões as instituições financeiras até janeiro de
2017, conforme dados do Banco Central (BC).
O
número de segurados que têm uma parcela da renda comprometida com o pagamento
de empréstimos tende a ser bem maior, já que o INSS não tem controle sobre
outros financiamentos contratados pelos aposentados.
Com
foco restrito no consignado, pode-se dizer que cada um dos beneficiários do
INSS que contratou essa linha de financiamento deve, em média, R$ 5.104,46.
Esse valor é três vezes maior do que o benefício médio pago aos segurados da
Previdência em janeiro, de R$ 1.240,65.
O
crédito consignado tem sido a galinha dos ovos de ouro das instituições financeiras.
Enquanto a crise econômica destruiu milhões de empregos e levou os bancos a
restringirem a oferta de linhas de financiamento, o apetite delas por
beneficiários do INSS só aumentou, já que o desconto em folha reduz muito a
chance de calote.
Além
de ser a única modalidade de crédito que não perdeu espaço, teve crescimento de
dois dígitos, em plena recessão. O estoque de empréstimos com desconto em folha
de aposentados e pensionistas cresceu 15,6% nos últimos 12 meses encerrados em
janeiro.
A
garantia de receber o pagamento diretamente do governo tranquiliza as
instituições financeiras a manter os juros estáveis e garante a menor taxa de
inadimplência do país, de apenas 1,9%. Nos últimos 12 meses, a taxa encolheu
0,7 ponto percentual, de 31,4% ao ano para 30,7%.
Fonte: Correio Braziliense
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