Especialistas
da ONU recomendam banir o uso de pesticidas na agricultura.
Dois
relatores especiais que fazem parte do Conselho de Direitos Humanos da
Organização das Nações Unidas (ONU), Hilal Elver e Baskut Tuncak, defendem a
criação de um tratado global para regulamentar e acabar com o uso de pesticidas
na agricultura. Eles postulam por práticas agrícolas sustentáveis em prol da
saúde humana. Segundo os especialistas, os padrões atuais de produção e uso de
pesticidas são muito diferentes em cada país e causam sérios impactos aos
direitos humanos.
O
alerta é assinado pela relatora especial ao Direito à Alimentação da ONU, Hilal
Elver, e pelo relator especial sobre implicações para os direitos humanos do
manejo ambiental e descarte de substâncias perigosas. Os relatores especiais
trabalham para as Nações Unidas de forma independente e sem receber salário.
Agrotóxicos
e doenças
Agrotóxicos causam 200 mil mortes por envenenamento a cada ano, dizem pesquisas. FAO/Harry Vander Wul/ONU |
Os
especialistas citam pesquisas que mostram que os agrotóxicos causam cerca de
200 mil mortes por envenenamento a cada ano em todo o mundo. Quase todas as
fatalidades, ou 99%, ocorrem em países em desenvolvimento, onde, segundo eles,
as leis ambientais são fracas.
A
exposição aos pesticidas está ligada ao câncer, às doenças de Alzheimer e
Parkinson, e a problemas hormonais, de desenvolvimento e de fertilidade.
Agricultores e famílias que moram próximas de plantações com agrotóxicos,
comunidades indígenas, grávidas e crianças são os mais vulneráveis.
Os
relatores lembram que todos os países têm a obrigação de proteger as crianças
de pesticidas perigosos, já que ocorrem muitos casos de envenenamento
acidental. Eles afirmam que algumas substâncias tóxicas continuam circulando no
meio ambiente por décadas, ameaçando cadeias de produção alimentar e a
biologia. Além disso, o uso abusivo e desordenado de agrotóxicos contamina
solos, água e prejudica o valor nutricional dos alimentos.
No
Brasil
Segundo
um estudo sobre o mercado de agrotóxicos no Brasil divulgado pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o comércio desses produtos no Brasil
cresceu 190% entre 2000 e 2010, mais que o dobro da média mundial, de 93%.
Fonte: Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário