Especialistas:
empresas e órgãos públicos devem melhorar segurança cibernética.
O
ciberataque global com o vírus WannaCry, que infectou milhares de computadores
em diversos países do mundo na semana passada, acendeu o alerta para a
importância da segurança cibernética no mundo corporativo e em órgão públicos.
Essa cultura de prevenção para diminuir o risco de ataques e prejuízos para as
empresas ainda não está disseminada como deveria no Brasil, disse o presidente
da SaferNet, Thiago Tavares Nunes de Oliveira.
O
especialista lembra que, no ataque da semana passada, só foram infectadas máquinas
que estavam com o sistema operacional desatualizado, e a atualização estava
disponível há dois meses. “Essa é uma constatação que comprova que as boas
práticas de segurança que deveriam ser seguidas por todos, tanto usuários
finais e principalmente usuários corporativos, não têm sido seguidas”, diz
Oliveira, que também é presidente da Câmara de Direitos e Segurança do Comitê
Gestor da Internet no Brasil.
Oliveira
diz que os usuários só percebem a importância de fazer um backup de
seus dados quando perdem um pen drive ou quando o disco rígido do
computador queima. “Isso vai desde as pequenas, médias e grandes empresas até
órgãos públicos e o usuário final, que não têm grandes estruturas para dar
suporte. E, junto com isso, se vão as fotos da família, os arquivos de trabalho
e até informações confidenciais do usuário, que correm o risco de se tornar
públicas
Prevenção
e treinamento de funcionários
Outros
especialistas em segurança da informação também alertam para a necessidade de
melhorar as práticas de prevenção nas empresas. Para a diretora da Consultoria
FTI, Thais Lopes, as empresas brasileiras ainda têm um nível de maturidade
menor com relação à preocupação com ataques cibernéticos. “Mas isso está
mudando, estamos dando os primeiros passos com relação à segurança das
comunicações das empresas, tanto públicas quanto privadas”, avalia.
Ela
cita pesquisa feita com mais de 500 executivos em diversos países, que mostra
grande preocupação com o risco de ataques cibernéticos, tanto para prejuízos
financeiros quanto para a reputação da empresa. Segundo a especialista, as
empresas devem não apenas investir na área de tecnologia da informação, mas
também treinar seus funcionários para saber como reagir e conhecer os possíveis
tipos de ataques.
A
falta de preocupação dos brasileiros com sua segurança digital também chama a
atenção do presidente da empresa Psafe, especializada no assunto, Marco
DeMello. Segundo ele, em geral as empresas e os usuários brasileiros não se
preocupam “nem de perto” do que deveriam com aasegurança digital. “Está na hora
de as pessoas acordarem e terem mais cuidados com atualizações, senhas, redes
sociais, aplicativos e sites que acessam. Não adianta trancar a porta
de casa todos os dias e sua senha ser 12345. Sua vida digital estará totalmente
exposta”, alerta.
Um
cenário ainda mais sombrio é desenhado pelo especialista Dani Dilkin, diretor
de Risco Cibernético da consultoria Deloitte. Ele alerta que nas próximas
semanas o mundo poderá sofrer outros ataques, que serão variações do WannaCry.
As causas, segundo ele, são o aprimoramento das técnicas de desenhos de
programas maliciosos e a publicação de ferramentas que podem ser usadas para
explorar a vulnerabilidade de outros sistemas. “Vamos ver, a partir daqui esse
tipo de incidente que aconteceu na semana passada o tempo todo”, prevê.
Fonte: Agência Brasil
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