Em
Natal, pais vão leiloar camisas do Flamengo para bancar tratamento do filho.
Por Klênyo Galvão, Natal
Ainda
na barriga da mãe, no quinto mês da gestação, o pequeno Elias foi diagnosticado
com mielomeningocele, uma malformação na coluna vertebral que afeta o
desenvolvimento da criança. Hoje ele tem dois anos e trava uma luta constante
para seguir o tratamento. O pai, Newton Dias, adora futebol e sempre assiste
aos jogos do Flamengo acompanhado do filho. No ano passado, quando o Flamengo esteve em Natal para o clássico contra o
Fluminense, eles foram recebidos pelo elenco rubro-negro no hotel,
com direito a fotos, e ainda ganharam uma camisa autografada de Jorge, hoje no
Monaco. Elias também entrou em campo com o lateral-esquerdo e também ficou com
a camisa do jogo (assista ao vídeo acima).
Pouco
mais de um ano depois, a situação financeira apertou e agora o pai quer leiloar
as duas camisas para levantar recursos para custear parte do tratamento do
filho. Eles querem ir à Tailândia buscar um tratamento com células-tronco que
pode ajudar o garoto a ter uma qualidade de vida melhor, com mais
independência. O leilão deve ocorrer em breve na página mantida pela família em
uma rede social.
- A necessidade do Elias
hoje é bem maior que isso. Então nós resolvemos abdicar dessas camisas que o
Jorge doou para fazer um leilão para custear o tratamento de Elias, que eu
tenho certeza que é mais importante - falou Newton.
Elias faz fisioterapia
três vezes por semana e a bola é um dos instrumentos preferidos dele.
-
É incrível o quanto a bola chama a atenção dele. É um pouco triste para a gente
quando eu estou em um ambiente em que as crianças estão jogando bola, estão
chutando bola e ele quer ir para o chão para participar da brincadeira porque
ele gosta de ver. Mas a gente fica com aquele aperto no coração. Eu pego ele
brincando e fico movimentando a perna dele em direção à bola, chutando, e
aquilo para ele é o máximo. É como se aquilo fosse a realização dele, como se
tocasse ele. O futebol é incrível. A energia que o futebol cria no brasileiro.
Isso contagia e vai além do campo - conta Newton.
O
garoto já passou por nove cirurgias e atualmente é acompanhado por 15
especialistas, um processo caro e desgastante para a família. A mãe, Denise
Dias, não consegue trabalhar devido à dedicação integral a Elias. Newton dá
aulas de matemática. A filha mais velha do casal tem 11 anos e mora com a avó.
- A médica chegou a falar
que ele poderia não enxergar, não ouvir, não falar, poderia nem sequer vingar.
Falou que ele iria vegetar. É uma doença bem complexa porque também atinge a
parte neurológica, a parte motora. São 15 especialistas que acompanham o Elias.
É bem complicado, mas ele é um guerreiro. Consegue vencer e enfrentar tudo isso
- lembrou a mãe.
O
tratamento fora do Brasil é uma alternativa após a família acompanhar a
história de outras crianças que passaram por procedimento idêntico e tiveram
evolução.
- Eu sonho com uma
qualidade de vida para Elias. Independente se ele vai andar ou não, eu quero
uma qualidade de vida para ele. Eu quero ouvir ele falar o que ele quer para
ele no futuro. Eu tenho esse sonho dele chegar para mim e dizer: mãe, quero no
futuro ser tal pessoa, ter tal profissão - disse Denise.
A
esperança e o amor pelo filho movem os pais, mas eles sabem que também é um
exercício de paciência.
- Eu peço muito a Deus
para nos manter com saúde, fortes, para lutar todo dia e nunca perder a
esperança. Esperança é o motivo pelo qual a gente acorda toda manhã, que o dia
vai ser melhor para Elias. Todo dia eu acredito que aquele dia vai ser
produtivo para ele na fisioterapia, que eu vou ter uma notícia boa e essa
esperança me alimenta - completou Newton.
Fonte: http://globoesporte.globo.com
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