Mais
de 30% do FGTS inativo foram para pagar dívidas, diz Planejamento.
Da
Agência Brasil
Tendo
por base levantamentos feitos por associações e confederações ligadas ao
comércio e serviços, bem como por órgãos e autarquias como Banco Central e
Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o Ministério do
Planejamento divulgou hoje (17) um estudo que tenta identificar efeitos
causados pela liberação de recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS) na economia. De acordo com o estudo, boa parte desses
recursos (36%) foi utilizada para a quitação de dívidas.
O
levantamento tem como referência dados da Caixa Econômica Federal (Caixa) que
apontam a injeção de R$ 41,8 bilhões na economia por meio da liberação de
inativos do FGTS. Os valores foram sacados entre os dias 10 de março e 12 de
julho.
Os
saques foram efetuados a partir de cerca de 25 milhões de contas inativas,
superando as expectativas anunciadas durante as projeções iniciais, que previam
que apenas 70% dos saques fossem efetivados, o que resultaria na retirada de R$
43,6 bilhões dessas contas.
De
acordo com dados do Banco Central, houve uma redução de 4,5% do uso do cheque
especial em abril; e uma queda do uso do cartão de crédito, de 15,7% em março
para 5,7% em abril. Ainda segundo o estudo, houve uma “redução do endividamento
das famílias” após o início dos saques, passando de 23,4% da renda que estava
disponível em fevereiro para 23,2% da disponível em abril.
Esses
percentuais não consideram endividamentos relacionados ao crédito habitacional.
A inadimplência caiu 0,1 ponto percentual de fevereiro para maio, caindo de 6%
para 5,9%.
Para
apontar efeitos positivos que estariam relacionados à liberação dos recursos do
FGTS, o ministério citou dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo (CNC), que indicam recuo de 2,4% do endividamento das
famílias na comparação de março de 2017 com março de 2016; e de 1,7% quando a
base de comparação é o mês de junho. Ainda tendo como base levantamento da CNC,
o estudo diz que 80% do valor dos saques do FGTS foram direcionados a três
segmentos: vestuário e calçados; hiper e supermercados; e móveis e
eletrodomésticos.
A
partir de dados do IBGE, o Planejamento apontou aumento da atividade do
comércio e de serviços nos meses de março, abril e maio de 2017. O comércio
varejista cresceu 1,7% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano anterior;
e 2,4% em maio. Já o de serviços “reduziu a queda”, se comparado ao mesmo mês
do ano anterior, em -5,7% em abril para -1,9% em maio.
Também
foram apontados indicadores da Associação Brasileira de Supermercados (Abras)
indicando que em abril as vendas em supermercados aumentaram 6,3% na comparação
com abril de 2016. Em maio esse aumento ficou em 1,1%. Os dados da Associação
Brasileira da Indústria de Eletroeletrônicos (Abinee), apontam que as vendas de
celulares apresentaram uma alta média de 20% no período entre março e maio, na
comparação com o mesmo período de 2016.
Já
os dados da Fenabrave, apontam que o total de licenciamentos de carros novos
feitos em abril são 7% maiores do que os registrados em abril de 2016. Esses
percentuais aumentam para 11,5% e 18,9% nos meses de maio e junho,
respectivamente.
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