Governo
admite que estuda transformar Caixa Econômica em Sociedade Anônima.
Sem dinheiro para que o
governo faça um aporte de recursos na
Caixa, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi,
confirmou nesta quinta-feira, 26, as negociações de alternativas para que o banco
reforce seu capital e não descumpra normas internacionais de
proteção contra crises no sistema bancário. Ela também admitiu os estudos para transformar a Caixa em
Sociedade Anônima (S.A.). As informações foram antecipadas
pelo Estadão/Broadcast.
Ana Paula explicou que,
para fortalecer o capital da Caixa e assegurar sua capacidade de continuar emprestando,
o governo está dando prioridade à operação com o FGTS que
transforma R$ 10 bilhões de dívida que o banco tem hoje com o
fundo em instrumento perpétuo.
Além de pareceres
jurídicos, o governo vai consultar o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a
possibilidade de enquadrar esses recursos dentro dos níveis de capital
necessitados pela Caixa.
Segundo a secretária,
essa operação seria suficiente para equacionar a situação do banco, inclusive
com alguma folga.
Ana Paula, que preside
o Conselho de Administração da Caixa, é defensora da transformação da empresa
em S.A., modelo pelo qual o capital do banco é dividido em ações. Ela disse que
essa opção está em estudo e seria positiva para melhorar a governança da
instituição.
Hoje a Caixa ainda é
dominada por indicações políticas. Segundo a secretária, a transformação do
banco em S.A. não afeta sua posição como empresa pública 100% estatal. “Não há
discussão sobre IPO (oferta pública de ações, na sigla em inglês) da Caixa”,
disse.
Modelo
- Se a mudança for confirmada, o modelo será o mesmo do Banco do Brasil,
cujo acionista majoritário é a União. Ainda assim, o BB continua sendo um banco
público. Já a Caixa é um banco com único acionista: a União.
O governo vem
discutindo com a Caixa uma revisão estatuto do banco e medidas para adesão da
instituição ao programa de governança das estatais da B3 (a Bolsa de Valores
brasileira). Segundo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, o banco teve
problemas com perdas relacionadas a decisões erradas de desembolsos. “A ideia é
que a Caixa seja um banco que tenha governança sólida, que faça decisões de
crédito saudáveis e que possa, portanto, ter resultados positivos para o
governo e para a sociedade”, afirmou Meirelles, em entrevista recente ao Estadão/Broadcast.
Fonte: Blog do BG
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