terça-feira, 24 de outubro de 2017

Raquel Dodge volta a defender revogação de portaria sobre trabalho escravo.


A presidente do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e procuradora-geral da República, Raquel Dodge, voltou a defender a revogação da Portaria nº 1.129 do Ministério do Trabalho. Durante sessão plenária do CNMP, nesta terça-feira (24), a PGR afirmou que a portaria adota uma definição que visa proteger apenas a liberdade de ir e vir, restringindo “em demasia” o conceito de trabalho escravo. “O trabalho escravo fere, sobretudo, a dignidade humana e não apenas a liberdade humana”, afirmou. 

A presidente da CNMP explicou aos conselheiros que encaminhou ao ministro do Trabalho, no último dia 18, a recomendação conjunta do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) pela revogação da norma.“O conceito de trabalho escravo adotado nesta portaria viola a Lei Penal brasileira, sobretudo o Artigo 149, que já define essa questão”, disse. “Há, não apenas ofensa à Lei, mas também ofensa direta a dois artigos da Constituição Brasileira”, acrescentou, referindo-se à proteção da dignidade humana. Raquel Dodge frisou que, na semana passada, o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu um precedente ao admitir e declarar a inconstitucionalidade de uma portaria.

Escravidão - Dodge lembrou, ainda, que o Brasil foi responsabilizado por trabalho escravo pela Corte Interamericana de Direitos Humanos, no caso Trabalhadores da Fazenda Brasil Verde. “Não pode haver exatamente aquilo que nós estamos vendo que essa portaria promove: um retrocesso dessa política pública”.




Com informações do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público)


Secretaria de Comunicação Social
Procuradoria-Geral da República

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