Cartão
de loja é o tipo de crédito que mais leva à inadimplência.
Da
Agência Brasil
Os cartões de loja são
hoje a forma de financiamento que mais leva o consumidor para a inadimplência.
Entre os devedores que têm esse tipo de cartão, 80% estão com o nome sujo
justamente por causa dele. No ano passado, o índice era de 73%. A conclusão é de
um levantamento feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todas as capitais. Na
segunda colocação, aparecem os empréstimos em bancos e financeiras, que
lideravam o ranking em 2016 com 75% e agora estão dez pontos percentuais
abaixo.
Na sequência, aparecem
os cartões de crédito (65%), os cheques especiais (64%), o crediário (60%), os
cheques pré-datados (51%), o financiamento de automóveis e motos (50%), o
crédito consignado (38%), o financiamento da casa própria (27%) e as
mensalidades escolares (24%).
Na avaliação da
economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, por mais que a economia
brasileira comece a dar sinais de melhora, a vida financeira do brasileiro
ainda não está em situação confortável. “O desemprego está estável, mas
elevado, e a renda segue menor do que nos anos anteriores à crise. Com
orçamento curto, o brasileiro se depara com dificuldades para pagar as
dívidas”, explica. “Por isso é preocupante que as dívidas bancárias se
posicionem entres os primeiros colocados, porque a incidência de elevados juros
por atraso faz com que essas dívidas cresçam de maneira acelerada, dificultando
cada vez mais o pagamento.”
Inadimplentes
O estudo revela também
que os devedores brasileiros continuam assumindo novos compromissos
financeiros, mesmo não estando em dia com os que já tinha. Nesse cenário, o
maior crescimento é o das compras feitas em carnês e crediários. A incidência
em um ano foi de 11% para 21%. O cartão de crédito também teve expansão
expressiva, de 40% para 48%.
Nas dívidas em razão da
contratação de serviços, as maiores altas foram com telefonia (53%), com
expansão de 11 pontos percentuais entre 2016 e 2017, e das contas de TV por
assinatura e internet, de 33% para 44%. Isso indica que o consumidor está
priorizando manter em dias as contas mais importantes, como água e luz.
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