Henrique
Alves admite caixa 2 e nega ter movimentado conta no exterior.
Por
Jonas Valente - Repórter da Agência Brasil
O ex-deputado federal e
ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB) negou em depoimento hoje (6) à
Justiça Federal em Brasília a participação em esquemas de corrupção. O
ex-parlamentar é réu acusado de ter feito parte do grupo que negociava propinas
em troca da liberação de recursos do Fundo de Investimentos do Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço (FI FGTS), de ocultar valores em uma conta
no exterior e de ter agido de forma ilícita na definição da cidade de Natal
como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.
Caixa
2
Alves admitiu ter
recebido doações de campanha sem declarar à Justiça Eleitoral, o chamado caixa
2. Ele disse não se lembrar dos valores ou da origem dos recursos, mas assumiu
ter sido beneficiado com verbas de campanha não contabilizadas. “Alguns
desses valores eu posso não ter declarado na Justiça Eleitoral. Quem doava dava
esse montante sem querer que eles fossem declarados. Assumo essa
responsabilidade e assim é a verdade", confirmou em depoimento
ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília,
responsável pela Operação Sépsis, na qual são investigadas irregularidades na
vice-presidência de Fundos de Governo e Loterias da Caixa.
Em depoimento à Justiça Federal, Henrique Eduardo
Alves admitiu caixa 2, negou recebecimento de
propina e ter movimentado conta no exteriorJosé
Cruz/Agência Brasil
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Esquema
de corrupção na Caixa
O peemedebista negou
ter manipulado a aprovação de projetos do FI-FGTS em troca de propina. Segundo
a acusação, os ex-deputados Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves decidiam
quais empresas seriam beneficiadas com recursos do fundo e Fábio Cleto, então
vice-presidente de Loterias da Caixa, agia para encaminhar as escolhas dentro
do banco.
“Eu nunca tratei algum
assunto do FI-FGTS. E os depoimentos foram muito bons, pois mostram que não me
conheciam e não trataram comigo”, disse.
Questionado se conhecia
Ricardo Pernambuco e Ricardo Pernambuco Júnior, ligados à construtora Carioca,
e que em depoimento confirmaram o esquema fraudulento no fundo da Caixa,
Henrique Eduardo Alves relatou ter conhecido Pernambuco Júnior por intermédio
de Cunha. Alves informou ter recebido doações legais da empreiteira, mas negou
favorecimento a ela.
Henrique Eduardo Alves
também negou ter garantido o cargo na Caixa a Fábio Cleto, acusado de fazer
parte do esquema. De acordo com o ex-deputado, havia nomes de todas as bancadas
e os nomes do PMDB foram repassados ao Ministério da Fazenda, então dirigido por
Guido Mantega. O peemedebista relatou que a definição pelo nome de Fábio Cleto
teria sido feita por Mantega após entrevista com este.
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