TSE
confirma cassação de prefeita, vice-prefeito e vereadores de Santa Cruz, RN.
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Sede do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília — Foto: Divulgação/TSE |
O Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) negou seguimento a um mandado de segurança, confirmando a a
decisão tomada
pelo TRE do Rio Grande do Norte no dia 27 de novembro, que resultou na
cassação da prefeita e do vice de Santa Cruz, bem como de seis vereadores do
município. Fernanda da Costa Bezerra (Dra Fernanda) e Ivanildo Ferreira Lima
Filho (Ivanildinho) e os parlamentares foram cassados por prática de abuso
político com repercussão econômica. Todos devem ser imediatamente afastados dos
cargos.
Segundo o Ministério
Público Eleitoral, as irregularidades cometidas foram distribuições de “cotas”
mensais aos aliados da prefeita para aquisição de medicamentos com recursos
públicos. As ações foram alvo de uma ação de investigação judicial do MP Eleitoral
e ocorreram durante o primeiro mandato da prefeita, intensificando-se, segundo
os procuradores, nas vésperas das eleições de 2016.
O MP alega que ela
fazia uso do contrato firmado pelo Município com uma farmácia para conceder
vantagens a vereadores da base governista, aos quais se juntaram outros aliados
políticos com a proximidade das eleições.
Dentre os beneficiários
do esquema, ainda de acordo com o MP, também condenados estão os vereadores Ana
Fabrícia de Araújo Silva Rodrigues de Souza, a Aninha de Cleide; Jefferson
Monik Gonçalo Lima de Melo; Mário Augusto Ferreira de Farias Guedes; Raimundo
Fernandes Soares; Tarcísio Reinaldo da Silva; e Thiago Augusto Fonseca Gomes, o
Dr Thiago.
O
esquema
De acordo com as
investigações, cada um dos beneficiados tinha um limite mensal fixo de compras
de medicamentos denominado “cotas”. A dos vereadores era de R$ 900, enquanto
para os demais aliados foram fixados diferentes tetos de compra. O controle era
feito pela drogaria em cadernos específicos para cada “cliente”, nos quais eram
anotados à mão os respectivos consumos, com descrição de
data/medicamente/valor.
Se a cota não fosse
usada dentro do mês, era repassada para o mês seguinte e o limite foi
extrapolado nas proximidades das eleições. “Vê-se, à toda evidência, que o
aumento significativo dos valores pagos à farmácia, tanto em nível global
quanto individual (vereadores), justamente nos meses que antecedem a eleição
revela que as condutas em apuração ostentam nítido desiderato de influenciar no
pleito eleitoral que, à época, se avizinhava”, concluiu o juiz Wlademir
Capistrano, relator do processo no TRE/RN.
A decisão do Tribunal
Regional – que seguiu parecer do MP Eleitoral - decretou, além da cassação dos
diplomas e do afastamento dos cargos, a inelegibilidade dos condenados por um
período de oito anos. Outros seis envolvidos foram condenados à inelegibilidade
por igual período, Francisca Frassinete Dantas Gomes e Marcos Antônio Gomes dos
Santos (proprietários da farmácia); Myllena Sanneza de Lima Bulhões Ferreira
(secretária de saúde); Sueli Gomes Crisanto Reinaldo (secretária de Finanças);
Acrísio Gomes Júnior (ex-vereador e pai do atual vereador Thiago Fonseca); e
Genaro Fernandes da Silva Filho.
Fonte: G1 RN
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