quinta-feira, 1 de outubro de 2015

MEC divulga dados da ANA 2014

O Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgaram os dados da Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), realizada em 2014. Participaram do exame alunos do 3º ano do Ensino Fundamental das escolas públicas de todo o País. Eles foram avaliados em leitura, escrita e matemática.
De acordo com os critérios do MEC, 77,79% dos alunos brasileiros têm proficiência considerada adequado em leitura, 65,54% em escrita e 42,93% em matemática. Pela primeira vez o ministério declarou quais são os níveis que considera adequados (veja abaixo explicação sobre os níveis de proficiência). Quando divulga os resultados da Prova Brasil, o MEC não faz essa distinção. A ANA faz parte das ações do Pacto Nacional Pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), lançado em 2013. 
Os dados de 2013 não foram divulgados na íntegra – apenas as médias de leitura e matemática por nível. O MEC afirma que a aplicação de 2013 serviu de “teste do instrumento”. O ministério alega que, a partir de agora, será possível um “acompanhamento regular”. No entanto, a prova foi cancelada em 2015. Durante a coletiva de imprensa que anunciou os dados da avaliação, o ministro Renato Janine Ribeiro disse que se a avaliação ocorresse novamente agora, “não haveria tempo de fazer mudanças necessárias” e que a frequência ideal é realizar a prova a cada dois anos. A resolução que instituiu a ANA, porém, determina que ela seja realizada anualmente.
Assim como no caso do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Inep divulgou os dados da ANA acompanhados de outros indicadores, como o de Nível Socioeconômico (INSE) e o de Adequação da Formação Docente.
O presidente do Inep, José Francisco Soares, ressaltou que o instituto optou pela divulgação por níveis porque, para a ANA, o importante é o diagnóstico. “Independentemente da faixa em que o aluno se encontra, ele deve ser atendido por uma proposta pedagógica adequada”, explicou. “A lógica da ANA é dar para a escola e para as redes a oportunidade de intervenção relevante para cada criança.”
Sobre os dados, Janine Ribeiro ressaltou que há exemplos de sucesso em todas as unidades da federação.

Níveis

As escalas da ANA são divididas em níveis de proficiência, assim como ocorre na Prova Brasil e no Saeb. Em leitura e matemática, são quatro níveis, sendo o nível 1 o mais baixo e o nível 4, o mais alto. Em escrita são 5 níveis de desempenho. O MEC considera que o aluno está proficiente quando atinge o nível 2 em leitura e o nível 3 em escrita e em matemática. 

Leitura  

Os dados mostram que 22,21% dos alunos estão no nível mais baixo de leitura. Isto significa que eles só são capazes de ler palavras, mas não de compreender frases e textos. Em 2013, 24,13% estavam nesse nível – os dados apresentam, portanto, uma pequena evolução. 
No segundo nível, os alunos conseguem localizar informações explícitas em textos curtos, bem como reconhecer a finalidade deles, entre outras competências. Em 2014, 33,96% das crianças do 3º ano estavam nessa faixa de aprendizagem, contra 33,1% do ano anterior. 
No nível 3, em que o aluno já infere sentidos em relações mais complexas (como a de causa e consequência), estão 32,63% das crianças. Na primeira edição da prova, 32,85% estavam nesse ponto da escala.
O nível mais alto de proficiência, o quarto, em que o aluno já domina relações de tempo em texto verbal e identifica os participantes de um diálogo em uma entrevista ficcional, por exemplo, tem 11,2% das crianças brasileiras. Houve evolução em relação a 2013, quando eram 9,92%. 
Como em outras avaliações e dados educacionais, as desigualdades entre as regiões brasileiras são grandes. No caso de leitura, por exemplo, 44% dos estudantes se encontram no nível 1 no Amapá e no Maranhão. Em Santa Catarina e em Minas Gerais essa taxa é de 9%. As Regiões Norte e Nordeste têm as maiores concentrações de crianças no primeiro nível da proficiência em leitura (35% e 36%, respectivamente) e as menores no nível 4, o mais alto (5% e 6%).

Escrita  

A escala de proficiência de escrita tem cinco níveis. O primeiro concentra os alunos que não conseguiram produzir um texto, entregaram a prova em branco ou apenas com desenhos. Do total de crianças do 3º ano de escolas públicas que fizeram a ANA, 11,64% estão no nível 1.
A faixa de proficiência subsequente agrega os alunos que ainda trocam as letras das palavras e, portanto, não produzem textos legíveis. O nível 2 concentra 15,03% dos alunos brasileiros.
Já o nível 3 tem 7,79% das crianças, cuja pontuação na prova mostra que elas conseguem escrever palavras com sílabas canônicas (consoante-vogal), mas com erros. A produção textual desses alunos é considerada inadequada à proposta da avaliação.
O nível 4 é o que concentra a maioria dos alunos: 55,66%. É nele, segundo o MEC, que começa a aquisição do texto por parte do aluno, já que conectam as partes do texto e conseguem dar continuidade a uma narrativa – porém, ainda existem inadequações como erros de pontuação.
A taxa do nível mais alto, o 5, revela que apenas 9,88% das crianças já escrevem de acordo com o que se espera ao fim do ciclo de alfabetização.
Assim como em leitura, na escrita as desigualdades regionais se mostram presentes. A Região Nordeste tem um quarto dos alunos no nível 1 e a menor taxa, junto aos estados do Norte, para o nível 5: 4%. Por sua vez, a Região Sul tem a menor concentração de alunos no primeiro nível (5%), enquanto o Sudeste tem o melhor índice para o nível 5: 15% das crianças.

Matemática  
No nível 1 da escala em matemática, as crianças do fim do ciclo de alfabetização conseguem ler as horas em relógios digitais e medidas em instrumentos (como termômetros e réguas ), por exemplo. Segundo os dados da ANA, 24,29% das crianças estão nesse nível, contra 23,7% da edição passada da prova.
No nível 2 estão 32,78% dos alunos (em 2013, eram 34,16%). Nessa faixa de proficiência, as crianças conseguem fazer as operações de adição (com até 3 algarismos) ou subtração (com até 2 algarismos), mas sem reagrupamento. Elas também reconhecem figuras geométricas planas por seus nomes, entre outras competências.
O nível subsequente é o dos alunos que já são capazes de completar sequências numéricas decrescentes (de números não consecutivos) e identificar frequências iguais em gráfico de colunas. Nele, estão 17,78% das crianças que fizeram a ANA. Em 2013, eram 18,23%.
No ponto mais alto da escala estão 25,15% dos alunos (23,91% na edição anterior da prova). No nível 4, os alunos identificam categorias associadas a frequências específicas em gráficos de barra e também calculam operações de adição de duas parcelas de até 03 algarismos (com mais de um reagrupamento – na unidade e na dezena).
Entre as regiões, novamente o Nordeste tem os piores resultados, concentrando 39% das crianças no nível 1. O Norte apresenta a menor no melhor nível, o 4, com 12%.
Já o Sudeste tem a menor taxa no nível 1 (14%) e a maior no 4 (36%) do Brasil.

Calendário   
No mês de outubro – mas sem data definida –, o Inep promete divulgar os relatórios pedagógico e estatístico da ANA e também os micros dados da avaliação.



Fonte: Todos pela Educação

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