Desigualdade social elevada
dificilmente será revertida até 2023, diz Ipea.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou
hoje (23) um estudo que apresenta possíveis cenários para o Brasil até 2023, e
propõe ações de prevenção social e de segurança pública para o país. Mesmo nos
cenários mais positivos, a publicação mostra que certas tendências dificilmente
poderão ser revertidas até 2023, como a desigualdade social elevada, o fácil
acesso às armas de fogo, o crescimento da criminalidade no interior do país, o
alto número de mortes pela polícia, o endurecimento penal, os problemas de
governança na segurança pública e a alta sensação de insegurança.
“Mudar essas tendências depende de uma atuação coordenada de
todos os principais atores, que precisa ser construída e liderada pelo
Ministério da Justiça”, afirmou o diretor de Pesquisa, Análise de Informação e
Ensino da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça,
Rogério Carneiro.
O objetivo do estudo “Violência e Segurança Pública em 2023:
cenários exploratórios e planejamento prospectivo” é contribuir com o
planejamento do governo federal para a área de segurança pública, por meio da
construção e da análise dos possíveis cenários.
Um dos autores da publicação, o coordenador de Estudos e
Políticas de Estado e Instituições do Ipea, Helder Ferreira, disse que é
importante avançar no planejamento e discutir com a sociedade um plano nacional
de segurança pública que contemple, não só homicídios, mas outros temas ligados
à segurança.
“A integração das próprias polícias já está sendo debatida no
Congresso Nacional. Na prevenção social, é preciso trabalhar com jovens em
situação de vulnerabilidade social e com os egressos do sistema prisional,
incluindo os que cumpriram medidas socioeducativas, tentando tirá-los da
trajetória de crime”, disse o coordenador do Ipea.
Entre as soluções para a melhoria da segurança pública, o
coordenador defende a revisão do Estatuto do Desarmamento. “Todos os estudos
apontam que mais armas trazem menos segurança”, afirmou.
O diretor de pesquisa e análise de informação do Ministério
da Justiça, Rogério Carneiro, disse que é preciso avaliar as ações por sua
efetividade no curto, médio e longo prazo e dividir em prevenção social as mais
qualificadas. “Por isso, o Ministério da Justiça está buscando parcerias com
outros ministérios da área social, a fim de definir as ações de prevenção. Elas
têm resultados a médio e longo prazos, são mais eficientes, duradouras e mais
estruturantes. Como o trabalho coloca, talvez não se consiga atingir todas até
2023, como, por exemplo, acabar com a desigualdade social”, ressaltou.
Fonte: Agência Brasil
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