Cientistas detectam
em cometa dois ingredientes-chave para a vida.
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Imagem do cometa 67P/Churyumov–Gerasimenko foi capturada pela câmera da sonda Rosetta de uma distância de cerca de 170 km em julho de 2015 (Foto: ESA/Rosetta/MPS) |
Cientistas conseguiram detectar em um cometa a presença
de dois ingredientes fundamentais para a vida: a glicina - um aminoácido - e o
fósforo, segundo estudo de pesquisadores europeus, divulgado nesta sexta-feira
(27).
O achado foi realizado no
67P/Churyumov-Gerasimenko (ou simplesmente 'Chury'), um cometa descoberto no
fim dos anos 1960 por cientistas ucranianos, e que é investigado pela sonda
europeia Rosetta.
Ainda que tenha sido detectada a
presença de mais de 140 moléculas orgânicas diferentes no espaço, é a primeira
vez que são encontrados "com total certeza" estes elementos,
essenciais para o desenvolvimento do DNA e das membranas celulares.
Traços de glicina, necessários
para formar proteínas, já haviam sido encontrados nos restos da cauda do cometa
Wild 2, que a Nasa conseguiu obter em 2004.
Mas naquele momento, os
cientistas não puderam descartar por completo a possibilidade de as amostras
terem se contaminado de alguma maneira durante a análise feita na Terra.
O achado agora permite confirmar
a existência de glicina e fósforo nos cometas. Os resultados desta
investigação, obtidos graças a Rosina, espectrômetro da sonda Rosetta, foram
publicados na revista americana Science Advances.
"Trata-se
da primeira detecção com total certeza de glicina na atmosfera de um
cometa", assinalou Kathrin Altwegg, da Universidade de Berna (Suíça),
chefe do projeto Rosina e autora do trabalho.
Reservatórios
É muito difícil detectar a glicina, pois ela passa do
estado sólido ao gasoso abaixo dos 150 graus Celsius, o que significa que este
aminoácido se decompõe na forma gasosa na fria superfície do cometa.
Diferentemente de outros
aminoácidos, a glicina é a única que pode se formar sem a necessidade da
presença de água em estado líquido, assinalaram os cientistas.
A origem do fósforo detectado na
fina atmosfera do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko não foi determinada,
acrescentou a investigação.
"Demonstrar
que os cometas são reservatórios de materiais primitivos do sistema solar e que
eles podem transportar esses ingredientes-chave para a vida na Terra é um dos
principais objetivos da Rosetta", assinalou o cientista encarregado desta
missão da Agência Espacial Europeia, Matt Taylor.
Fonte: G1
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