Câmara
aprova em 2º turno texto-base da PEC que impõe teto para os gastos públicos.
![]() |
Deputados votam PEC 241 em segundo turno
Luis Macedo /25.10.2016/Câmara dos Deputados |
Por
359 votos favoráveis a 116 contrários e duas abstenções, a Câmara aprovou em
segundo turno, nesta terça-feira (25), o texto-base da PEC (Proposta de Emenda
à Constituição) 241/16, que impõe teto aos gastos públicos nos próximos 20
anos. Há duas semanas, a matéria havia passado por
votação em primeiro turno.
Ainda
será preciso votar dois destaques (propostas de mudanças no texto) apresentados
pela oposição. O texto final segue para o Senado, onde passará também por duas
votações.
A
proposta proíbe o governo de gastar mais do que a variação da inflação do ano
anterior. A Ordem do Dia para analisar a proposta iniciou-se pouco depois do
meio-dia, mas a votação do texto em si só foi iniciada pouco antes das 20h.
Durante
a votação, o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) pediu que manifestantes
que protestavam contra a aprovação da PEC e contra o presidente Michel Temer
fossem retirados das galerias da Câmara.
Mais
cedo, Maia já tinha suspendido a sessão para a retirada dos manifestantes, mas
recuou depois da intermediação de alguns parlamentares e da garantia de que não
haveria ofensa aos deputados.
A
obstrução de PT, PCdoB, PDT, PSOL e Rede adiou em mais de 8 horas o início da
votação. Além de afirmar que a proposta vai congelar investimentos em saúde e
educação, os partidos criticaram o fato de a PEC vigorar por 20 anos.
Foi
o que disse o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS). Segundo ele, o governo Temer
poderia limitar o crescimento de gastos apenas enquanto durar o seu mandato,
sem influir sobre a gestão de quatro outros presidentes.
— É uma maldade contra os
mais velhos, que vão precisar da saúde; e uma maldição contra os mais jovens,
que vão precisar de educação e qualificação para uma vida melhor.
Durante a discussão, os
governistas também sofreram “fogo amigo”. O deputado Arnaldo Faria de Sá
(PTB-SP), que faz parte da base da gestão Temer, afirmou que a proposta vai
prejudicar os aposentados.
— A saúde, a educação, a
segurança, a Previdência e a assistência social são setores que estão sendo
abandonados e largados à própria sorte. Se esta PEC for aprovada, valerá por 20
anos. É uma eternidade.
As
críticas foram rebatidas pelo relator da proposta, deputado Darcísio Perondi
(PMDB-RS).
— Daqui a dois anos, se
não houver esse regime fiscal e a reforma da Previdência, não vão ter o que
receber os aposentados. O calote fiscal vai se instalar, vai se instalar!.
O
deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) disse que o governo poderá investir até mais
em educação, se economizar em outras áreas.
— Nada impede que o
governo economize em uma área e invista mais em educação. E, crescendo, o País
arrecada mais. E arrecadando mais, investe mais em saúde.
Fonte: R7
Nenhum comentário:
Postar um comentário