Força policial brasileira é a que mais mata no mundo, diz relatório
Brasil e Estados Unidos têm em comum
números trágicos. A força policial brasileira é a que mais mata no mundo. A
americana é considerada uma das três polícias mais violentas. É o que diz um
relatório da organização Anistia Internacional, divulgado nessa segunda-feira
(7). O documento traz números assustadores da violência policial.
O relatório sugere a
criação de ferramentas para reduzir as mortes por violência policial. Entre
elas, investigações independentes, punições em caso de abuso e regras mais
rígidas sobre a atuação dos agentes da lei, estatutos que deixem claro quando o
uso da força se justifica.
Brasil e Estados Unidos
são os destaques do levantamento. O Brasil aparece como o país que tem o maior
número geral de homicídios no mundo inteiro. Só em 2012, foram 56 mil
homicídios. Em 2014, 15,6% dos homicídios tinham um policial no gatilho.
Segundo o relatório da Anistia Internacional, eles atiram em pessoas que já se
renderam, que já estão feridas e sem uma advertência que permitisse que o
suspeito se entregue.
O levantamento se
concentrou na Zona Norte do Rio de Janeiro, que inclui a Favela de Acari.
Entre as vítimas da violência policial no Rio, entre 2010 e 2013, 99,5% eram homens. Quase 80% das vítimas eram negras e três em cada quatro, 75%, tinham idades entre 15 e 29 anos.
Entre as vítimas da violência policial no Rio, entre 2010 e 2013, 99,5% eram homens. Quase 80% das vítimas eram negras e três em cada quatro, 75%, tinham idades entre 15 e 29 anos.
A maioria dos policiais
nunca foi punida. A Anistia Internacional acompanhou 220 investigações sobre
mortes causadas por policiais desde 2011. Em quatro anos, em apenas um caso, o
policial chegou a ser formalmente acusado pela Justiça. Em 2015, desses 220
casos, 183 investigações ainda não tinham sido concluídas.
Nos Estados Unidos, não
existem números oficiais sobre a violência policial no país inteiro. Mas
estatísticas regionais sugerem que o perfil das pessoas mortas pelos agentes da
lei é muito parecido com o do Brasil. A maioria é de homens negros e jovens.
Em menos de um ano, três
casos mobilizaram os americanos. Em julho de 2014, o camelô Eric Gardner foi
morto em Nova York. O policial Daniel Pantaleo aplicou uma gravata, uma manobra
proibida pelo departamento de polícia da cidade. Gardner avisou 11 vezes que
não estava conseguindo respirar, até morrer sufocado.
Em Ferguson, no estado do
Missouri, o policial Darren Wilson matou o jovem Michael Brown, que estava
desarmado. Houve uma série de protestos na cidade. Nos dois casos, os policiais
nem chegaram a ser denunciados. Em abril deste ano, o
jovem Freddy Gray morreu dentro de um camburão da polícia de Baltimore. A
investigação concluiu que ele foi vítima de homicídio por espancamento. Os seis
policiais envolvidos foram indiciados e esperam o julgamento.
Fonte : http://g1.globo.com/globo-news/noticia
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