Corretores da redação do Enem terão que fazer
teste eliminatório sobre critérios de avaliação
Após problemas com a
avaliação das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em edições
anteriores, os corretores vão passar, pela primeira vez, por uma prova
eliminatória presencial, com questões objetivas e discursivas, antes de
realizar o trabalho este ano. Segundo o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a medida deve qualificar ainda
mais o processo, selecionando aqueles que estiverem mais alinhados aos
critérios pré-definidos para avaliar o exame, que será aplicado a 7,7 milhões
de candidatos nos próximos dias 24 e 25 de outubro.
Atualmente, 16 mil pessoas graduadas na
área de Letras com formação em Língua Portuguesa estão sendo preparadas para
atuar na correção, por meio de um curso de capacitação a distância com duração
de 120 horas, que vai até 26 de setembro. A novidade é que, após essa etapa,
elas farão uma prova presencial com cem questões objetivas sobre os critérios
de correção da redação do Enem e responderão uma questão discursiva de 15
linhas para verificar a habilidade de escrita. O teste será aplicado em 49
municípios, no dia 27 do mesmo mês. Para a aprovação, os participantes precisam
alcançar, pelo menos, 50 pontos na prova objetiva e cinco na discursiva.
Devidamente habilitados, os corretores
vão passar por capacitação presencial de 16 horas, nos dias 7 e 8 de novembro,
com base em textos redigidos por candidatos do Enem 2015. Depois, em uma
avaliação que já existia nos anos anteriores, eles terão que corrigir outros
textos de participantes do exame. Este material estará previamente corrigido
por uma banca de especialistas do Centro de Seleção e de Promoção de Evento
(Cespe).
Para ser finalmente aprovado e atuar na
correção oficial, o avaliador precisa tirar nessa etapa, no mínimo, sete pontos
numa escala de 1 a 10. Esta pontuação será atribuída conforme a proximidade
entre a nota conferida pelo candidato a corretor e a avaliação da banca sobre
os textos dos participantes.
O número final de profissionais que
desempenharão o trabalho é calculado apenas depois da aplicação do Enem.Polêmicas
acerca da correção dos textos têm acompanhado diferentes edições do exame. Em
2013, O GLOBO mostrou que redações do Enem 2012 que continham brincadeiras como
uma receita de macarrão instantâneo e trechos do hino do Palmeiras receberam
560 e 500 pontos, respectivamente. No mesmo ano, o jornal mostrou que textos
com nota 1.000 apresentavam erros grosseiros como “enchergar”, “trousse” e
“rasoavel”, além de desvios graves de concordância. Após os episódios, o Inep
tornou os critérios de correção mais rígidos. No Enem 2014, apenas 250
candidatos atingiram a nota máxima em redação, e mais de 529 mil receberam nota
zero.
As redações são avaliadas
por dois corretores independentes, que atribuem uma nota de zero a 200 pontos
para cada uma das cinco competências avaliadas. Uma terceira correção é
realizada em caso de discrepância maior do que cem pontos na soma total das
competências ou maior que 80 pontos em pelo menos uma competência. Persistindo
a discrepância, a redação é encaminhada para uma banca, que atribui a nota
final
Fonte: http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-na-midia
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