Cruzamento de dados das
contas parciais de candidatos com órgãos de fiscalização apontam 59 mil casos
de potenciais irregularidades.
O Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) recebeu nesta quinta-feira (22) o resultado do cruzamento de
informações entre as prestações
de contas parciais apresentadas pelos candidatos das Eleições Gerais de 2022 e
os dados de órgãos de fiscalização da Administração Pública, como o Tribunal de
Contas da União (TCU), a Receita Federal, o Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf), o Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral) e a Polícia
Federal. Nesta primeira rodada de análises, foram detectados 59.072 casos de
doações ou gastos potencialmente irregulares, que perfazem um total de mais de
R$ 605 milhões de transferências questionáveis, que precisam ser apuradas com o
levantamento de provas materiais e de informações mais aprofundadas.
No caso dos fornecedores
de campanhas, são indícios de pagamentos irregulares quando o fornecedor é uma
empresa com número reduzido de empregados ou tem pelo menos um dos sócios
inscrito em programas sociais do governo, como o Auxílio Brasil. Também chama a
atenção dos órgãos fiscalizadores situações em que a empresa fornecedora foi constituída
em 2022 e tem um dos sócios filiado a partido político, ou com algum parentesco
com candidato ou vice.
Já doações eleitorais
realizadas por pessoas beneficiárias de programas sociais do governo ou com
renda incompatível com o valor doado foram igualmente identificadas pelo
cruzamento de dados. Foram detectados, por exemplo, 190 casos de doadores
desempregados e seis que constam como falecidos. Ainda despertou o interesse
dos analistas 10.296 situações em que um mesmo candidato recebeu numerosas contribuições
feitas por diferentes empregados de uma mesma empresa.
Os casos de doações ou
gastos questionáveis são encaminhados ao MP Eleitoral para serem investigados
e, se forem constatadas irregularidades após o levantamento de provas materiais
e de informações mais aprofundadas, poderão virar processos a serem analisados
pela Justiça Eleitoral. Novas rodadas de cruzamentos de dados serão realizadas
após a entrega das prestações de contas relativas ao primeiro turno das
Eleições, que deve ocorrer até 2 de novembro.
Fonte: TSE
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