Enem
seleciona mais de um quinto dos universitários no país.
O
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) seleciona mais de um quinto dos
universitários do país. Apesar de o vestibular tradicional ainda liderar os
processos de seleção, de acordo com o último Censo da Educação Superior, de
2014, o exame foi usado nesse ano para selecionar 525.482 do total de 2.383.110
que ingressaram no ensino superior, nas graduações presenciais, o que equivale
a 22% dos novos alunos.
O
vestibular, na liderança, selecionou 1.669.161 estudantes. As avaliações
seriadas, 12.538. Embora seja computado nos micro dados do censo, em 2014 foi a
primeira vez que o dado foi divulgado na Sinopse, mais acessível. O censo
mostra que do total de estudantes que entraram no ensino superior com o Enem,
219.479 foram aprovados em instituições públicas e 306.003 em particulares. As
federais lideram o percentual de vagas ocupadas por aqueles que fizeram o exame
- 202.649 entraram com a nota no Enem -, o que equivale a 65% dos 311.536.
Os
dados do censo mostram que o ingresso pelo Enem cresce ano a ano. Em 2010,
244.362 ingressaram pelo Enem, o que representava 13,6% dos 1.801.901
ingressantes. Em 2013, a seleção já estava próxima ao patamar atual - o Enem
selecionou 21,2% dos 1,9 milhão de novos alunos.
Para
o professor de português de ensino médio do Curso Unico, Marcelo Freire, os
dados são positivos e mostram a importância do Enem. “Há alguns anos, o Enem se
consolidou como excelente mecanismo de seleção, embora não seja o objetivo
primordial dele. O Enem é em si um exame de avaliação do ensino médio, formatado
para isso, as matrizes são pensadas para saber o que o estudante adquiriu no
ensino médio”.
O
Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que seleciona alunos para universidades
públicas, ajudou a consolidar o exame, segundo o professor. “O Sisu consolida a
prova como altamente eficaz, serve para diversas universidades, que têm muita
credibilidade e que tinham excelentes provas de selação”, afirma Freire.
Entre
as particulares, no entanto, o exame ainda é pouco usado para a seleção, além
dos programas governamentais como o Universidade para Todos (ProUni) - que
oferece bolsas de estudo - e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), diz o
diretor executivo da Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior
(Abmes), Sólon Caldas. Em 2014, 16,3% dos estudantes entraram pelo Enem.
De
acordo com Caldas, o fato de o exame ser realizado apenas uma vez no ano e a
demora na divulgação do resultado dificultam o processo de matrícula nas
instituições. “Quando a instituição faz um vestibular tradicional, ela determina
a data do vestibular e da matrícula. Quando a seleção é feita por meio do Enem,
tem que esperar o resultado. A instituição não tem controle sobre ele, é o
governo que determina”, acrescenta.
No
ano passado, o Ministério da Educação (MEC) anunciou a intenção de tornar o
Enem online, o que possibilitaria que a prova fosse aplicada mais de uma
vez por ano. A ideia ainda não saiu do papel. Segundo Sólon, isso aumentaria a
adesão das particulares ao exame.
O
Enem foi criado em 1998 pelo Ministério da Educação, como um teste para avaliar
as competências desenvolvidas ao longo da educação básica. Em 2009 foi
reformulado. Atualmente, a nota do Enem é usada no Sisu, na seleção para bolsas
na educação superior privada por meio do ProUni e vagas gratuitas nos cursos
técnicos oferecidos pelo Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional
e Tecnológica (Sisutec).
O
resultado do exame também é requisito para receber o benefício do Fies e
participar do programa Ciência sem Fronteiras. Para pessoas maiores de 18 anos,
o Enem pode ser usado como certificação do ensino médio.
Fonte: Agência Brasil
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