Dilma
diz que fará "a mais firme, incansável e enérgica oposição" ao
governo.
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Após o impeachment, a ex-presidenta Dilma Rousseff faz pronunciamento no Palácio da Alvorada |
Em
discurso inflamado no Palácio da Alvorada, duas horas após o Senado aprovar seuimpeachment,
a ex-presidenta Dilma Rousseff afirmou ter sido vítima de um golpe
"misógino", "homofóbico" e "racista". Ela afirmou
que não gostaria de estar na pele dos que "se julgam vencedores".
Sem
demonstrar abalo emocional, Dilma disse que continuará a lutar
"incansavelmente por um Brasil melhor". Ela convocou seus eleitores e
as "forcas progressistas" a resistirem contra o que disse ser uma
agenda de retrocessos sociais do novo governo do presidente Michel Temer, que
seria contra as principais bandeiras de movimentos sociais.
Dilma
falou sob os olhares sérios do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e do
presidente do PT, Rui Falcão, bem como de senadores que votaram contra o impeachment e
foram prestar solidariedade à ex-presidente. "Isso não vai nos deixar de
cabeça baixa, vamos ficar altivos e determinados para que um novo golpe não
seja dado contra a Constituição", afirmou a senadora Gleisi Hoffman
(PT-PR), após o discurso.
"Haverá contra eles
a mais determinada oposição que um governo golpista pode sofrer", prometeu
Dilma.
Logo
após o término do discurso, Dilma foi abraçada pelo senador Jorge Viana (PT-RS)
e pelo ex-ministro do Esporte Aldo Rebelo. Ela saiu sem reponder a perguntas.
Bastante sério, Lula foi tambem um dos primeiros a se retirar para o interior
do Alvorada, cujo salão da entrada principal ficou lotado de jornalistas
brasileiros e estrangeiros. Em seu discurso, Dilma também criticou a imprensa.
"O projeto nacional
progressista, inclusivo e democrático que represento está sendo interrompido
por uma poderosa força conservadora e reacionária. Com o apoio de uma imprensa
facciosa venal", afirmou.
Representantes
da mídia alternativa e de movimentos sociais também tiveram a entrada
autorizada e permaneceram no local proferindo gritos de ordem contra o agora
presidente Michel Temer, até serem retirados pelos seguranças.
Mulheres
O
discurso de Dilma teve também forte apelo às mulheres brasileiras, a quem ela
rogou a não recuarem diante da "misoginia" de quem perpetrou o que
chamou de golpe.
"Às mulheres
brasileiras que me coloriram de flores e de carinho peço que acreditem sempre
que vocês podem", disse, dando como exemplo de superação a sua chegada à
Presidência da República. "Abrimos um caminho de mão única rumo à
igualdade", disse Dilma.
Ainda
no salão do Alvorada, o advogado de Dilma no processo de impeachment, José
Eduardo Cardozo, demonstrou otimismo em ainda conseguir reverter a decisão do
Congresso no Supremo Tribunal Federal (STF). Perguntada o que o fazia ainda ter
esperança, diante do fracasso de recursos anteriores, ele respondeu que era
"o sentimento de justiça e a ideia de que não vamos jogar a toalha antes
da hora".
Cerca
de 200 militantes favoráveis a Dilma permanecem em frente ao Palacio do
Alvorada. Eles gritam palavras de ordem contra Michel Temer. Mais cedo, houve
um principio de tulmuto quando alguns manifestantes passaram a hostilizar
jornalistas, chegando a jogar terra contra um repórter, logo após a cassacão de
Dilma ser aprovada no Senado.
Fonte: Agência Brasil
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