Ouro
olímpico faz Brasil voltar a ser país do futebol.
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Mais de 60 mil vozes desceram as rampas do Maracanã festejando o inédito ouro na história dos Jogos Olímpicos,Yves Herman / Reuters. |
Os Jogos Olímpicos em casa fizeram os
brasileiros refletir a paixão pelo futebol. A pluralidade de esportes ao vivo e
em cores talvez tenha confundido o torcedor. Isso tudo até o último sábado
(20), no Maracanã. O inédito ouro
olímpico confirmou que o Brasil ainda é o país do futebol.
A decepção com a organização da Copa 2014, o
fatídico 7 a 1 na semifinal, as incontáveis denúncias de corrupção na CBF
(Confederação Brasileira de Futebol) e até o maçante Campeonato Brasileiro de
toda quarta-feira e domingo fizeram com que torcedores parassem de seguir a
rotina do clube. O amor à camisa foi inabalado, mas falta um real motivo para
torcer, principalmente, se o time do coração não está na ponta da tabela.
Daí veio a Copa América Centenário e a
humilhante eliminação ainda na primeira fase. Pronto. Seleção brasileira e
torcida estavam verdadeiramente rompidos. No entanto, tinha que ser justamente
nos Jogos Olímpicos a retomada. As mais de 60 mil vozes reinventaram clássicos
da música popular brasileira como “Vou festejar” e “Fio Maravilha” para
incentivar a seleção brasileira no Maracanã. Ao final, todos desceram as rampas
do Maior do Mundo ao som de “O campeão voltou”.
Tido como o patinho feio para assumir a
seleção olímpica depois da demissão de Dunga, Rogério Micale chegou de mansinho
para a Rio 2016. O próprio técnico reconhece a oportunidade rara que lhe foi
dada e felicitou o apoio da torcida brasileira.
“Espero que o ouro seja uma mudança de pensamento. É uma conquista que
almejávamos há muito tempo, havia um anseio por essa medalha de ouro. É o
desporto número um do país. É uma fase que passou e para o futuro teremos uma
tranquilidade maior para lidar com essa situação”, disse Micale, em entrevista
coletiva.
Enquanto o futebol perdia espaço, até mesmo o
MMA chegou a flertar com a dita primeira posição no coração brasileiro. A
decepção do basquete masculino, do vôlei feminino, do handebol feminino e da
natação em terras cariocas deixaram o torcedor claramente desconfiando.
Consciente de seu papel dentro da seleção
brasileira olímpica e principal, Renato Augusto não entrou em oba oba e foi o
primeiro a dizer que o ouro olímpico em nada mudaria o 7 a 1. O jogador tomou
conta do meio-campo durante toda a competição e também celebrou a conquista
dourada.
“O 7 a 1 é uma cicatriz que vai ficar e não tem como apagar. Aos poucos
temos que mudar isso. Saio com orgulho de ser brasileiro, de ver o torcedor
feliz. Espero que possa ser uma virada de chave”, disse Renato Augusto.
O Brasil conquistou até aqui 18 medalhas, em
11 modalidades (atletismo, boxe, canoagem, futebol, ginástica artística, judô,
natação, taekwondo, tiro esportivo, vela e vôlei de praia). A seleção
brasileira masculina de vôlei enfrenta a italiana neste domingo, às 13 horas,
no Maracanãzinho, em busca de mais uma medalha de ouro.
Fonte: R7
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