'Minha
intenção é salvar vidas', diz bispo que afirmou que homossexualidade é 'dom de
Deus'
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Dom Antônio Carlos Cruz Santos, bispo de Caicó, no RN (Foto: Divulgação/ Diocese de Caicó) |
O
bispo diocesano de Caicó, Antônio Carlos Cruz Santos, publicou nota neste fim
de semana para responder às críticas feitas contra sua fala no dia 30 de julho,
quando disse durante uma missa que a homossexualidade 'é um dom de Deus'. "Minha
intenção é de salvar vidas, contribuindo para que possamos superar os
preconceitos que matam", declarou na nota.
Ele
afirmou ainda que não agiu de má fé e que segue as orientações do Papa
Francisco sobre o tema.
O
vídeo com a mensagem proferida durante a tradicional Festa de Santana, na
região Seridó do Rio Grande do Norte, repercutiu nas redes sociais e gerou
polêmica entre os fiéis da Igreja Católica. Mensagens na página da Diocese de
Caicó ficaram divididas entre apoios e críticas ao clérico.
Em
nota, Dom Antonio esclareceu que fez a declaração em razão do alto índice de
suicídios na região Seridó. Ele diz que, ao receber pessoas para falar sobre
seus conflitos, percebeu que a maior parte é de ordem afetiva. "Dentro do
contexto, abordei o tema dos irmãos e irmãs com orientação homoafetiva,
procurando enxergá-los de uma forma evangélica, por isso me dirigi aos que
sofrem por causa desta condição. Em geral, a orientação sexual não é uma opção,
pois em determinado momento da vida a pessoa se descobre com esta ou aquela
tendência. Opção é a forma como a pessoa viverá essa orientação".
O
bispo afirmou que não quis induzir ninguém ao erro, mas seguiu as orientações
da igreja e do Papa Francisco. "(...) Como o Papa Francisco já nos pediu
bastante vezes, as pessoas já sabem de cor a doutrina da Igreja sobre aborto,
divórcio e atos homossexuais. Ele pede de nós que não fiquemos obcecados em
sempre insistir no pecado aumentando a ferida cada vez mais dessas pessoas, mas
insistamos que a igreja está de portas abertas para acolher, instruir,
discernir, amar a fim de levar a salvação a todos sem exceção", escreveu,
em nota.
Confira a nota completa:
No último dia 30 de julho do
corrente ano, em razão da homilia por mim proferida no encerramento da Festa de
Sant'Ana, padroeira de nossa Diocese de Caicó, muitas contestações se
levantaram a partir da referência que fiz, sobre o tema da homoafetividade.
Como
"cada ponto de vista é a vista de um ponto", gostaria de esclarecer a
partir de que ponto eu estava falando. Encontro-me no sertão no Seridó há três
anos e a cada dia tenho aprendido a amar este povo forte e sofrido. Uma das
dores desta região que corta o meu coração de pastor é o alto índice de
suicídio (só na cidade de Caicó, nos dez primeiros meses do ano passado,
tivemos dezenove casos). Com frequência tenho abordado este tema e, por isso,
muitas pessoas têm me procurado para partilhar experiências, o que me fez
entender que vários casos estavam associados a conflitos de ordem afetiva.
O
Evangelho do domingo era Mt 13, 44-5, e nos apresentava o Reino de Deus como um
comprador de pedras preciosas que ao encontrar uma de grande valor, vai vende
todo o que tem e compra aquela pérola. Também Jesus nos dizia que quem se torna
discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro
coisas novas e velhas. Com esta imagem, convidei a assembleia a refletir sobre
a pérola que o Evangelho estava nos dando na Festa de Santana.
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