Delatores
‘constroem versões falsas e fantasiosas’, reage Dilma.
Dilma Rousseff. Foto: Dida Sampaio/Estadão |
A
presidente cassada Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira, 12, por meio de
nota, que os marqueteiros João Santana e Mônica Moura constroem “versões falsas
e fantasiosas” para conseguir liberdade e redução de pena.
“A presidente Dilma nunca
negociou doações eleitorais ou ordenou quaisquer pagamentos ilegais a
prestadores de serviços em suas campanhas ou fora delas”, afirma a nota. A petista
nega que tenha tratado de caixa 2 ou pagamentos no exterior com os
marqueteiros.
Sobre
o trecho do depoimento em que o casal diz que Dilma informava os dois sobre o
andamento da Lava Jato, a nota diz que a versão é “fantasiosa”. “Essa tese não
tem a menor plausibilidade. Dilma Rousseff jamais recebeu de quem quer que seja
dados sigilosos sobre investigações. Todas as informações prestadas pelo
Ministério da Justiça ocorreram na forma da lei É risível imaginar que a
presidente recebeu informações de forma privilegiada e ilegal ao longo da Lava
Jato. Isso seria presumir que a Polícia Federal, o Ministério Público ou o
próprio Judiciário, por serem os detentores e guardiões dessas informações,
teriam descumprido seus deveres legais”, informa.
Ao
tratar do e-mail criado por Mônica para se comunicar com Dilma, a nota
classifica de “patética” a afirmação. “Mais inverossímil ainda é a afirmação de
que Dilma Rousseff teria recomendado que os delatores ficassem no exterior, uma
vez que todos sabem que mandados de prisão expedidos no Brasil podem
rapidamente ser cumpridos em países estrangeiros.”
A
ÍNTEGRA DA NOTA DE DILMA ROUSSEFF
As
mentirosas afirmações de João Santana e Monica Moura 12 DE MAIO DE 2017 A respeito das delações feitas por João Santana e Monica Moura, a Assessoria de
Imprensa da ex-presidenta Dilma Rousseff esclarece:
1. Mais uma vez delatores
presos, buscando conseguir sua liberdade e a redução de pena, constroem versões
falsas e fantasiosas.
2. A presidenta eleita
Dilma Rousseff nunca negociou doações eleitorais ou ordenou quaisquer
pagamentos ilegais a prestadores de serviços em suas campanhas, ou fora delas.
Suas determinações sempre foram claras para que a lei seja sempre rigorosamente
respeitada. Todos aqueles que trabalharam, ou conviveram com ela, sabem disso.
3. São mentirosas e
descabidas as narrativas dos delatores sobre supostos diálogos acerca dos
pagamentos de serviços de marketing. Dilma Rousseff jamais conversou com João
Santana ou Monica Moura a respeito de caixa dois ou pagamentos no exterior.
Tampouco tratou com quaisquer doadores ou prestadores de serviços de suas
campanhas sobre tal assunto.
4. É fantasiosa a versão
de que a presidenta eleita informava delatores sobre o andamento da Lava Jato.
Essa tese não tem a menor plausibilidade. Dilma Rousseff jamais recebeu de quem
quer que seja dados sigilosos sobre investigações. Todas as informações
prestadas pelo Ministério da Justiça ocorreram na forma da lei. Tal suspeita é
infundada e leviana.
5. Causa ainda mais
espanto a versão de que por meio de uma suposta “mensagem enigmática”
(estranhamente copiada em um computador pessoal), conforme a fantasia dos
delatores, a presidenta tivesse tentado “avisá-los” de uma possível prisão. Tal
versão é patética. Naquela ocasião, já era notório, a partir de informações
divulgadas pela imprensa, que isso poderia ocorrer a qualquer momento.
6. Mais inverossímil
ainda é a afirmação de que Dilma Rousseff teria recomendado que os delatores
ficassem no exterior, uma vez que todos sabem que mandados de prisão expedidos
no Brasil podem rapidamente ser cumpridos em países estrangeiros.
7. É risível imaginar que
a presidenta da República recebeu informações de forma privilegiada e ilegal ao
longo da Lava Jato. Isso seria presumir que a Polícia Federal, o Ministério
Público ou o próprio Judiciário, por serem os detentores e guardiões dessas
informações, teriam descumprido seus deveres legais.
8. O governo Dilma
Rousseff sempre foi acusado, por diferentes segmentos políticos, de deixar as
investigações prosseguirem de forma autônoma, “descontroladas”, não buscando
interferir ou obter previamente informações a respeito. E, espantosamente, as
acusações agora vão em sentido contrário. É preciso lembrar as declarações do
senador Romero Jucá, de que era preciso tirar a presidenta para “estancar a
sangria”, “num amplo acordo com Supremo”, “com tudo”.
9. No TSE, foi possível
comprovar, nas alegações finais entregues no início desta semana, que tanto
João Santana quanto Monica Moura prestaram falso testemunho perante a Justiça.
A defesa já pediu investigação e a suspensão dos efeitos da delação premiada,
tendo em vista que ambos faltaram com a verdade. As provas estão contidas nos
autos do processo no TSE.
10. Dilma Rousseff
acredita que, ao final de mais uma etapa desse processo político, como já
provado anteriormente em relação a outras mentiras em delações premiadas, a
verdade virá à tona e será restabelecida na Justiça.
ASSESSORIA DE IMPRENSA
DILMA ROUSSEFF
DILMA ROUSSEFF
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