Ministro
Barroso, do STF, abre inquérito para investigar Temer e Loures.
Por André Richter, Agência Brasil
O ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso decidiu hoje (12) abrir inquérito
para investigar o presidente Michel Temer e o ex-deputado federal Rodrigo Rocha
Loures, além de mais dois empresários, por suspeitas de crimes de corrupção ativa,
passiva e lavagem de dinheiro.
O pedido de abertura de
investigação foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para
apurar suspeitas de recebimento de vantagens indevidas dos envolvidos pelo
suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A por meio da edição do Decreto dos
Portos (Decreto 9.048/2017).
O pedido de abertura do
inquérito chegou ao Supremo em junho e foi remetido ao ministro Edson Fachin.
Ao receber o processo, o ministro entendeu que o caso deveria ser redistribuído
a outro integrante da Corte por não ter conexão com o inquérito que envolve
Temer a partir das delações da JBS.
Nesta semana, a
presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, determinou uma nova distribuição e
Barroso foi escolhido o novo relator.
Para Janot, a edição do
decreto "contemplou, ao menos em parte, as demandas" de Rocha Loures
em favor da Rodrimar.
Com a decisão do
ministro Barroso, também serão investigados os empresários Ricardo Conrado
Mesquita e Antônio Celso Grecco, ambos ligados à empresa.
Em nota, a Rodrimar diz
que recebeu serenamente a notícia de autorização do Supremo Tribunal
Federal para a abertura de um inquérito determinado a apurar se o setor
portuário foi beneficiado pelo recente “decreto dos portos”. “Em seus 74 anos
de história, a Rodrimar nunca recebeu qualquer privilégio do Poder Público.
Prova disso é que todos os seus contratos estão atualmente sendo discutidos
judicialmente”, diz a nota.
Ainda segundo a
Rodrimar, o “decreto dos portos” atendeu, sim, a uma reivindicação de todo o setor
de terminais portuários do país. “Ressalte-se que não foi uma reivindicação da
Rodrimar, mas de todo o setor. Os pleitos, no entanto, não foram totalmente
contemplados no decreto, que abriu a possibilidade de regularizar a situação de
cerca de uma centena de concessões em todo o país”.
A Rodrimar encerra nota
afirmando que, “assim como seus executivos, estão, como sempre estiveram, à
disposição das autoridades para qualquer esclarecimento que se fizer
necessário”.
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