quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Palocci: reforma de sítio, terreno e apartamento eram propinas a Lula.



Palocci está preso desde 26 de setembro de 2016.
REUTERS/Rodolfo Buhrer
"A denúncia procede, os fatos são verdadeiros. Eu diria apenas que os fatos desta denúncia dizem respeito a um capitulo de um livro um pouco maior do relacionamento da Odebrecht com o governo do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma, que foi uma relação bastante intensa, bastante movida a vantagens, a propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos, em forma de doação de campanha, de benefícios pessoais, em forma de caixa 1 e caixa 2."

Foi dessa forma que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, um dos homens fortes e de confiança de Lula e do PT, abriu seu depoimento na tarde desta quarta-feira (6) ao juiz federal Sérgio Moro. Pela primeira vez ele confessou crimes cometidos no bilionário esquema de corrupção descoberto na Petrobras pela operação Lava Jato. Falou também que Lula pediu recursos da Odebrecht, a partir de contratos da Petrobras, para financiar a campanha de Dilma à reeleição.

Palocci foi preso na Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato, em setembro de 2016. Ele foi condenado por Moro a 12 anos e 2 meses de prisão. Ele está tentando fechar acordo de delação premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal.

Palocci falou por duas horas a Moro e confirmou algumas das acusações feitas contra o ex-presidente pelo MPF (Ministério Público Federal). Ele contou que a reforma do sítio de Atibaia, a compra de um terreno de R$ 12 milhões para ser sede do Instituto Lula e de um apartamento em São Bernardo foram propinas pagas pela Odebrecht. Lula nega as acusações (leia a defesa do petista ao final).


Defesa


O advogado Cristiano Zanin Martins, defensor do ex-presidente Lula, declarou em nota. "Palocci muda depoimento em busca de delação. O depoimento de Palocci é contraditório com outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e com as provas apresentadas.

Preso e sob pressão, Palocci negocia com o MP acordo de delação que exige que se justifiquem acusações falsas e sem provas contra Lula.

Como Léo Pinheiro e Delcídio, Palocci repete papel de validar, sem provas, as acusações do MP para obter redução de pena.

Palocci compareceu ato pronto para emitir frases e expressões de efeito, como 'pacto de sangue', esta última anotada em papéis por ele usados na audiência.

Após cumprirem este papel, delações informais de Delcídio e Léo Pinheiro foram desacreditadas, inclusive pelo MP."

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da ex-presidente Dilma, que ainda não se pronunciou.




Fonte: R7

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