Palocci: reforma de sítio, terreno e
apartamento eram propinas a Lula.
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Palocci está preso desde 26 de setembro de 2016. REUTERS/Rodolfo Buhrer |
"A denúncia
procede, os fatos são verdadeiros. Eu diria apenas que os fatos desta denúncia
dizem respeito a um capitulo de um livro um pouco maior do relacionamento da
Odebrecht com o governo do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma, que foi
uma relação bastante intensa, bastante movida a vantagens, a propinas pagas
pela Odebrecht para agentes públicos, em forma de doação de campanha, de
benefícios pessoais, em forma de caixa 1 e caixa 2."
Foi dessa forma que o
ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, um dos homens fortes e de confiança de
Lula e do PT, abriu seu depoimento na tarde desta quarta-feira (6) ao juiz
federal Sérgio Moro. Pela primeira vez ele confessou crimes cometidos no
bilionário esquema de corrupção descoberto na Petrobras pela operação Lava
Jato. Falou também que Lula pediu recursos da Odebrecht, a partir de contratos
da Petrobras, para financiar a campanha de Dilma à reeleição.
Palocci foi preso na
Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato, em setembro de 2016. Ele foi condenado por
Moro a 12 anos e 2 meses de prisão. Ele está tentando fechar acordo de delação
premiada com a força-tarefa do Ministério Público Federal.
Palocci falou por duas
horas a Moro e confirmou algumas das acusações feitas contra o ex-presidente
pelo MPF (Ministério Público Federal). Ele contou que a reforma do sítio
de Atibaia, a compra de um terreno de R$ 12 milhões para ser sede do Instituto
Lula e de um apartamento em São Bernardo foram propinas pagas pela Odebrecht.
Lula nega as acusações (leia a defesa do petista ao final).
Defesa
O advogado Cristiano
Zanin Martins, defensor do ex-presidente Lula, declarou em nota. "Palocci
muda depoimento em busca de delação. O depoimento de Palocci é contraditório
com outros depoimentos de testemunhas, réus, delatores da Odebrecht e com as
provas apresentadas.
Preso e sob pressão,
Palocci negocia com o MP acordo de delação que exige que se justifiquem
acusações falsas e sem provas contra Lula.
Como Léo Pinheiro e
Delcídio, Palocci repete papel de validar, sem provas, as acusações do MP para
obter redução de pena.
Palocci compareceu ato
pronto para emitir frases e expressões de efeito, como 'pacto de sangue', esta
última anotada em papéis por ele usados na audiência.
Após cumprirem este
papel, delações informais de Delcídio e Léo Pinheiro foram desacreditadas,
inclusive pelo MP."
A reportagem entrou em
contato com a assessoria de imprensa da ex-presidente Dilma, que ainda não se
pronunciou.
Fonte: R7
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