Senadora
quer lei exigindo aprovação prévia para inclusão em redes sociais.
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SENADORA PRODUZ LEI PARA O BRASILEIRO NÃO TER QUE RECUSAR CONVITE OU SAIR DE GRUPO (FOTO: JEFFERSON RUDY) |
Por
Diário do Poder
Os desafios da
educação, da violência, da saúde pública ou da corrupção no Brasil se
apequenaram diante do "problema" causado por inclusões repentinas e
convites para participação em redes sociais e grupos de comunidades virtuais de
aplicativos como WhatsApp, o vulgo Zap Zap. Pelo menos para a
senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), os brasileiros precisam de amparo
estatal e de mais um dispositivo legal para não ter que simplesmente recusar um
convite, sair de uma comunidade ou bloquear contatos.
Às custas do suado
dinheiro do contribuinte, avança no Senado Federal o projeto de lei 347/2016 em
que a senadora amazonense propôs que seja alterada a Lei nº 12.965, de 23 de
abril de 2014 (Marco Civil da Internet), para dispor sobre a “necessidade de
prévio consentimento do usuário nos processos de cadastramento e envio de
convites para participação em redes e mídias sociais, bem como em seus
respectivos grupos, páginas, comunidades e similares”.
A proposta usa como
argumento a proteção de dados pessoais da voracidade empresarial, tema já
tratado em vários dispositivos do Marco Civil da Internet. E já passou pela
Comissão de Constituição e Justiça e se encontra aguardando designação de relator
para votação final na Comissão de Ciência e Tecnologia (CCT). Se passar no
Senado, segue para votação na Câmara dos Deputados.
'UNFOLLOW'
Apesar de sua
importância para o futuro do País, o projeto de Vanessa Grazziotin ganhou a
antipatia de mais de 90% de incompreensivos brasileiros que opinaram sobre a
matéria no site do Senado.
Enquanto o Senado passa
seu precioso tempo decidindo sobre o filtro que a maioria das redes sociais já
prevê nas suas configurações de privacidade, Vanessa Grazziotin ainda não pode
decidir se sai ou permanece em outro grupo do qual certamente não gostaria de
ter sido incluída, o de investigada pela Polícia Federal.
Seu nome foi citado em
delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht, segundo os quais a
senadora recebeu R$ 1,5 milhão do chamado “departamento de propina” da
empreiteira. Sem registros oficiais, o montante seria pretexto de doação de
campanha, em 2012, quando a senadora disputava a prefeitura de Manaus (AM).
Dia 25 é o prazo final
dado à PF pelo Supremo Tribunal Federal para a conclusão do inquérito. Caso
seja indiciada, Grazziotin não poderá recusar o convite para se defender
perante leis que combatem a corrupção, criadas em momentos em que o Congresso
Nacional compreendeu o papel do legislador, para além das futilidades.
Falando seriamente,
projetos de lei de tamanha importãncia como o de Grazziontin só avançam no
Congresso, porque o eleitor brasileiro ainda não conseguiu usar a urna
eletrônica para dar block ou unfollow para impedir a
ascenção de parlamentares deste quilate.
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