Citado
em delações da Lava Jato, Eunício Oliveira é eleito presidente do Senado.
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Eunício Oliveira aparece com o apelido de "índio"
nas planilhas da empreiteira Odebrecht. Pedro França
/Agência Senado
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Citado
em três delações da Operação Lava Jato, o líder do PMDB no Senado, Eunício
Oliveira (CE), foi eleito nesta quarta-feira (1º) presidente da Casa pelos
próximos dois anos. Eunício teve 61 votos ante 10 de José Medeiros (PSD-RN),
seu único oponente. Marcada para ás 16h, a sessão começou com 1h35 de atraso,
às 17h35.
Eleito,
o presidente do Senado também comanda o Congresso Nacional. Com a ausência de
vice-presidente, Eunício será o segundo na linha sucessória da Presidência.
Apesar
de haver votação, a presidência do Senado é do indicado pelo partido com a
maior bancada (atualmente o PMDB). Os senadores, portanto, apenas ratificam a
indicação do maior partido. Em função da regra, o partido de maior capilaridade
no País está no comando da casa praticamente desde a redemocratização, em 1985.
Nesse período, além do PMDB, ocuparam a presidência o PFL, com Antônio Carlos
Magalhães, entre 1997 e 2001, e o PT com Tião Viana (AC) por 45 dias, quando
Renan Calheiros se licenciou, em 2007.
Aos
64 anos e senador de primeiro mandato após dois mandatos como deputado e dois
anos como ministro das Comunicações do governo Lula, Eunício foi citado por
três delatores da Lava Jato: o ex-senador Delcídio do Amaral, o ex-diretor
da Hypermarcas Nelson Melo, e o ex-diretor de Relações Institucionais da
Odebrecht,Cláudio Melo Filho. Segundo a única das 77 delações da Odebrecht que
vazou até agora, Eunício teria recebido R$ 2,1 milhões em recursos para
facilitar a aprovação de uma medida provisória de interesse da empreiteira. Na planilha
do 'departamento de propina' da Odebrecht, Eunício era identificado como ÍNDIO,
segundo Melo Filho.
Já
Delcídio disse que Eunício teria cobrado propina de laboratórios e seguradoras
em troca da nomeação de diretores da ANS (Agência Nacional de Saúde) e da
Anvisa. Em sua delação, Nelso Melo disse ter repassado R$ 5 milhões ao
peemedebista por meio de contratos fictícios.
Eunício
rechaça todas as acusações e lembra que apesar de ser citado por delatores, aos
quais desqualifica, não é investigado no âmbito da Lava Jato.
Sem
a possibilidade de Renan Calheiros (PMDB-AL) se reeleger (tanto pelas
investigações da Lava Jato quanto pela nova regra que veda a reeleição no meio
da legislatura) e com Romero Jucá também investigado pela Lava Jato, Eunício
foi se tornando o nome preferido do partido. Nas últimas semanas, o senador
vinha costurando apoio de partidos da base aliada e da oposição, com a promessa
de distribuição de cargos respeitando o tamanho das bancadas.
Eunício
praticamente trocou de cargo com Renan Calheiros, que foi escolhido nesta
semana por aclamação líder do partido para os próximos dois anos.
Fonte: R7, com agências
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