Relator
de ação no TSE diz que houve abuso de poder na chapa Dilma-Temer.
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O relator da ação, ministro Herman Benjamin, durante julgamento da chapa Dilma-Temer. Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil |
O
ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin disse hoje (8)
que houve abuso de poder político e econômico na campanha eleitoral da chapa
Dilma-Temer. O ministro iniciou na sessão de hoje seu voto no julgamento da
ação em que o PSDB pediu a cassação da chapa, vencedora das eleições de 2014.
Após a leitura de parte do voto, a sessão foi suspensa e será retomada amanhã
(9). A previsão é que o julgamento termine nesta sexta-feira.
Durante
o julgamento, o relator afirmou que desvios em contratos da Petrobras irrigaram
as contas da campanha eleitoral, conforme as investigações da Operação Lava
Jato. Ele usou as delações premiadas do casal de publicitários Mônica Moura e
João Santana, responsáveis pela campanha da ex-presidenta Dilma Rousseff, para
concluir que houve desvios no financiamento eleitoral.
Segundo
Herman Benjamin, os publicitários tinham uma conta aberta com o PT “de eleição
a eleição” para receber pagamentos de propina por uma das empresas investigadas
por desvios na Petrobras, o estaleiro Keppel Fels.
O
relator citou que o último pagamento de US$ 500 mil, após as eleições de 2014,
não foi feito porque a conta aberta na Suíça para receber os valores foi
descoberta pelos investigadores da Lava Jato.
"As empresas tinham
uma conta-corrente de propina, e os marqueteiros tinham com o partido um fundo
rotativo. É difícil acreditar que esse relacionamento de fundo rotativo era só
do partido do governo.", disse.
Ao
defender a inclusão das delações da Odebrecht, Herman Benjamin disse que o TSE
tem uma única oportunidade para apurar as desvios. Desde a terça-feira (6), os
ministros debatem a inclusão dos depoimentos. A retirada foi solicitada pelas
defesas de Temer e Dilma pelo fato de as delações não constarem na petição
inicial do PSDB, protocolada em 2014.
"É um milagre que
nos estejamos aqui apurando esses fatos, não era para ser, não haverá outra
oportunidade para apurar fatos desta natureza. Para o TSE, não vejo, sabe por
quê? Porque, no caso específico da Odebrecht, existia um sistema de proteção
que seria impossível apurar o que foi apurado se não fosse a Lava Jato".
Após
o voto do relator, deverão votar os ministros Napoleão Nunes Maia, Admar
Gonzaga, Tarcisio Vieira, Rosa Weber, Luiz Fux e o presidente do tribunal,
Gilmar Mendes.
Fonte: Agência Brasil
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