Cardeal
australiano George Pell é acusado de pedofilia; religioso nega.
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O cardeal australiano George Pell, ministro da Fazenda do Vaticano, em foto de 6 de março de 2013 (Foto: Reuters/Tony Gentile) |
O
cardeal australiano George Pell, encarregado de Finanças do Vaticano, foi
acusado de pedofilia pela polícia da Austrália nesta quinta-feira (29). O
religioso nega as acusações e pediu licença ao Vaticano para preparar sua
defesa.
“O cardeal Pell enfrenta
múltiplas acusações em relação a históricos crimes sexuais. Há várias
reclamações relacionadas a essas acusações”, disse o vice-comissionário da
polícia estadual de Victoria, Shane Patton, em uma coletiva de imprensa em
Melbourne, sem dar detalhes sobre as acusações.
Pell
foi acusado por convocação para se apresentar na corte de Melbourne no dia 18
de julho, disse Patton.
O
cardeal reagiu negando "vigorosamente" todas as acusações de abuso
sexual contra crianças e afirmou que viajará à Austrália para limpar seu nome.
"Sou inocente, estas acusações são falsas. Desejo ter finalmente a
oportunidade de comparecer à justiça ", declarou o número três do
Vaticano, antes de anunciar que pretende retornar a seu país.
Segundo
a agência Efe, Pell, máximo representante da igreja católica australiana, é
suspeito de ter abusado sexualmente de menores quando era sacerdote na cidade
de Ballarat (1976-80) e quando foi arcebispo de Melbourne (1996-2001), ambas em
Victoria.
Em
um comunicado, o Vaticano informa que o Papa Francisco foi informado sobre o
pedido do cardeal e que, durante sua ausência, a secretaria de Assuntos
Econômicos da Santa Sé prosseguirá com suas atividades de modo normal, segundo
a France Presse.
"O Santo Padre, que
valoriza a honestidade do cardeal Pell durante seus três anos de trabalho na
Santa Sé romana, reconhece sua colaboração e, de modo concreto, sua enérgica
entrega a favor das reformas no setor administrativo e econômico", afirma
o Vaticano no texto.
A
Santa Sé também expressa respeito pelo sistema judiciário australiano, mas
destaca que é "importante recordar que o cardeal Pell condenou de forma
aberta e repetida os atos de abuso (sexual) como imorais e intoleráveis".
O
comunicado também recorda que Pell já colaborou com as autoridades de seu país,
apoiou a Comissão Pontifícia para a Proteção de Menores e, como arcebispo da
Austrália, "introduziu sistemas e procedimentos para a proteção dos
menores e para proporcionar ajuda às vítimas de abusos".
Pell
já havia negado acusações de pedofilia em 2016.
Acusado de encobrir um padre pedófilo nos anos 80, o cardeal tinha sido chamado
a depor pela comissão que investiga a resposta institucional aos casos de abuso
sexual dentro das organizações religiosas, estaduais e públicas.
No
entanto, dez dias antes de sua audiência, jornais australianos publicaram
informações, acusando-o de cometer pessoalmente abusos sexuais contra crianças
quando era padre. Na ocasião, em uma nota, ele negou "firmemente" as
acusações.
Anteriormente
ele foi acusado de tentar comprar o silêncio de uma vítima de um padre
pedófilo, o que também negou e acusação pela qual se disse
"horrorizado" há dois anos.
Fonte: G1
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