terça-feira, 29 de janeiro de 2019


Unidades de saúde podem ser obrigadas a afixar placas informando que entrega de filho para adoção não é crime.


Unidades de saúde, públicas e privadas, poderão ser obrigadas a afixar placas informando que a entrega de filho para adoção não é crime. O aviso também deve instruir as gestantes a procurar a Vara da Infância e da Juventude e garantir que o procedimento é legal e sigiloso.

O autor do projeto (PL 10569/18), deputado Herculano Passos, do MDB de São Paulo, afirma que o abandono infantil é um grande problema social. Ele ressalta que mães abandonam seus bebês recém-nascidos nas ruas ou abandonam os filhos no hospital, após o parto.

"Tem muitas mães que não querem o filho. Quando chega no hospital para ter a criança, na maternidade, ela foge antes de receber a alta e deixa a criança lá. E depois é uma dificuldade para a adoção, porque muitas vezes o juiz entende que a mãe pode voltar, pode se arrepender. E quase nunca isso acontece".

Segundo Herculano Passos, a pobreza, a gravidez na adolescência, a dependência química e a falta de planejamento familiar estão entre as principais causas do abandono infantil.

O deputado explica que a proposta tem o objetivo de esclarecer que a doação de crianças não é crime, e evitar a realização de aborto ou o abandono.

"Crime é abandonar criança. E muitas dessas mães pegam a criança às vezes, e como não querem o filho jogam em caçambas, jogam em lugares, em terrenos baldios, e as crianças muitas vezes morrem. E se ela sabe da importância de poder doar... E tem muita gente querendo criança para criar. Então é muito importante porque essa lei vai orientar, e nós vamos estar salvando vidas. E para nós, propor leis que salvam vidas, vale a pena".

Herculano também defende a realização de campanhas e programas de atendimentos às gestantes ou mães que não se sintam em condições de criarem seus filhos, além de acompanhamento feito por equipes de psicólogos junto à Vara da Infância e da Juventude, como já está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente.

O projeto aguarda a análise da Comissão de Seguridade Social e Família e, se for aprovado por todas as comissões, pode seguir diretamente para a apreciação do Senado Federal.



Reportagem - Mônica Thaty/Rádio Câmara

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