ONG
analisa 240 pontos de rios da Mata Atlântica e apenas 2,5% têm água com boa
qualidade.
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Pescadores recolhem o barco em prainha de Itapura, no Rio Tietê, no extremo oeste do Estado São Paulo, em foto de maio de 2006 (Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo/Arquivo) |
Um relatório
elaborado pela Fundação SOS Mata Atlântica divulgado nesta quarta-feira (22)
mostra que a qualidade da água é considerada boa em apenas seis (2,5%) de 240
pontos analisados nas bacias brasileiras situadas nesse bioma. A Organização
das Nações Unidas (ONU) instituiu o 22 de março como o Dia Mundial da Água.
O
documento traz o resultado de 1.607 análises da qualidade da água. São 73
municípios de 11 estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais,
Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, além
do Distrito Federal.
Nenhum
ponto monitorado apresentou a água com parâmetros necessários para ser
considerada ótima. Em 168 deles, 70% das regiões analisadas, a qualidade é
regular. Em 63, ou 26,3%, é ruim. Três pontos - 1,2% - têm o índice
classificado como péssimo.
Critérios
As
coletas foram feitas mensalmente no período de março de 2016 até fevereiro
deste ano. São 16 critérios levados em consideração: temperatura da água,
temperatura do ambiente, turbidez, espumas, lixo flutuante, odor, material
sedimentável, peixes, larvas e vermes vermelhos, larvas e vermes brancos,
coliformes totais, oxigênio dissolvido (OD), demanda bioquímica de oxigênio
(DBO), potencial hidrogeniônico (pH), fosfato (PO4) e nitrato (NO3).
Após
a análise das amostras mensais em cada um dos pontos, foi feita a média dos
resultados para estabelecer o índice de qualidade.
“A principal causa da
poluição dos rios monitorados é o despejo de esgoto doméstico junto a outras
fontes difusas de contaminação, que incluem a gestão inadequada dos resíduos
sólidos, o uso de defensivos e insumos agrícolas, o desmatamento e o uso
desordenado do solo”, disse Malu Ribeiro, coordenadora de Recursos Hídricos da
Fundação SOS Mata Atlântica.
De
acordo com a fundação, em comparação com o ano anterior, 15 pontos apresentaram
perda de qualidade da água. Treze deles estão localizados em capitais e em
bacias urbanas. Desses, oito estão em São Paulo, na bacia hidrográfica do Rio
Tietê; um na cidade do Rio de Janeiro, no Rio Pavuna; três no Recife, no Rio
Capibaribe; e três em João Pessoa, nos Rios Jaguaribe e Tambiá.
Outros
18 trechos analisados apresentaram melhoria em relação ao ano passado - todos
estão localizados em regiões que contam com mata nativa e áreas protegidas, e
também contam com ações de saneamento básico.
Desses
locais com melhorias, 15 estão na bacia hidrográfica do Rio Tietê, sendo sete
deles localizados em São Paulo; um na cidade do Rio de Janeiro, junto ao
sistema de pré-tratamento no Rio Carioca; um em Olinda, no Rio Beberibe; e um
em Maceió, no Riacho Doce.
Em
134 pontos analisados não houve alteração significativa da qualidade da água em
comparação com o ano passado. Trinta e quatro deles, no entanto, mantiveram os
índices de qualidade como ruim ou péssimo.
Fonte: G1
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