Teste
constata adulteração em sete marcas de azeite de oliva.
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As marcas adulteradas, segundo a entidade, são Tradição, Figueira de Foz, Torre de Quintela, Pramesa e Lisboa, todos importados e boa parte delas envasadas no Brasil |
Na
semana em que os consumidores ainda estão confusos em relação à qualidade da
carne brasileira, um novo teste da associação Proteste constatou adulteração em
diversas marcas de azeite de oliva, algumas delas consideradas impróprias para
consumo in natura.
De
acordo com a entidade, de 24 marcas avaliadas, sete apresentam fraudes por
conterem misturas de óleos vegetais e animais. "São produtos não indicados
para o consumo, por exemplo na salada ou no pão", afirma o diretor da
Proteste, Henrique Lian. Uma das marcas não é extra virgem, embora a informação
conste no rótulo.
As
marcas adulteradas, segundo a entidade, são Tradição, Figueira de Foz, Torre de
Quintela, Pramesa e Lisboa, todos importados e boa parte delas envasadas no
Brasil. Duas outras marcas têm liminares da Justiça impedindo a divulgação de
seus nomes.
"Não dá para saber
se a fraude vem da origem ou se ocorreu no processo de envasamento",
informa Lian. Segundo ele, o teste foi feito em laboratório de Portugal,
credenciado pelo Ministério da Agricultura e pelo Conselho Oleícola
Internacional (COI). As marcas escolhidas são as mais vendidas no mercado.
Essa
é a sexta edição da avaliação. As anteriores ocorreram em 2002, 2007, 2009,
2013 e 2016. Alguns dos produtos, como o Tradição, o Pramesa e o Figueira da
Foz são reincidentes na reprovação.
Lian
explica que o Ministério da Agricultura já emitiu multas a produtores ou
importadores de produtos adulterados, mas problemas persistem.
"O Ministério refaz
os testes e, muitas vezes, quando confirma o problema e pede a retirada do
lote, o produto já foi vendido", diz o diretor da Proteste, organização
não governamental que promove avaliação de vários produtos, inclusive de
automóveis, no quesito segurança.
Avanço
Lian
ressalta que houve melhora em relação ao teste de 2016. No ano passado, de 20
marcas avaliadas, oito foram reprovadas, sendo quatro por fraudes na fórmula e
quatro classificadas erroneamente, já que eram apenas virgens (e não extra
virgem, que é o azeite feito com o esmagamento de azeitonas a frio).
Foram
considerados de excelente qualidade os azeites O-live, Andorinha e Carbonell.
Na lista de produtos com qualidade e melhor custo benefício estão O-live,
Carrefour Portugal, Qualitá e Filippo Berio.
Também
foram aprovados no teste os azeites Borges, Cardeal, Cocinero, Gallo, La
Española, La Violetera, Taeq, Serrata, Renata e Broto Legal Báltico.
Em
nota, a empresa Olivenza, envasadora do azeite Torre de Quintela, informou que
irá "analisar o lote deste produto e verificar o ocorrido". A empresa
informa ainda já estar trabalhando para que este tipo de imprevisto não ocorra
e que vai se adequar à legislação brasileira "afim de oferecer um produto
de qualidade."
Representantes
do Tradição, Figueira de Foz, Pramesa, Lisboa e Beirão não foram localizados
pela reportagem.
Boicote
Como
há muita burocracia no procedimento adotado pelo Ministério para comprovar as
fraudes, Lian sugere aos consumidores ficarem atentos aos testes e a
"boicotarem os produtos reprovados".
Fonte: Agência Estado
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