Projeto
que amplia terceirização vai à sanção do presidente Michel Temer.
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Oposicionistas levaram patos de borracha ao plenário para protestar |
Em
mais uma vitória do governo no Legislativo, a Câmara dos Deputados aprovou,
ontem, o projeto de lei que regulamenta a terceirização da mão de obra nos
setores público e privado. Na sessão, que durou o dia inteiro e acabou só no
fim da noite, os deputados aprovaram a proposta com 213 votos a favor e 188
contrários. O texto, agora, segue para sanção do presidente Michel Temer. O
projeto autoriza a contratação de funcionários terceirizados não só em
atividades-meio, mas também em atividades-fim, aquelas para a qual a empresa
foi criada. A oposição tentou impedir a apreciação da matéria.
Projeto
similar a este já havia sido aprovado na Câmara em 2015, mas a proposta não
teve andamento no Senado Federal. Com isso, o presidente da Casa, deputado
Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu tirar da gaveta um projeto de 1998, elaborado no
governo Fernando Henrique Cardoso, que segue a mesma linha, e tinha sido
aprovado pelos senadores na época. O Senado, por sua vez, decidiu acelerar a
tramitação da matéria de 2015, que, provavelmente, também será aprovada. Com
isso, as duas propostas devem ir para avaliação de Temer, que decidirá quais os
pontos que vai sancionar de cada uma.
O
projeto que foi aprovado ontem é o mais abrangente. Ele não proíbe, por
exemplo, a empresa de contratar como terceirizado um funcionário que tenha
trabalhado nela mesma com carteira assinada nos últimos 12 meses. A
responsabilidade do empregador quanto a obrigações trabalhistas e
previdenciárias é diferente nas duas propostas. A de 2015 estabelece que a
empresa contratante e a terceirizadora de mão de obra respondam de forma
solidária. Na que foi aprovada ontem, a contratante responderá apenas de
maneira subsidiária, ou seja, só será acionada quando a contratada não
conseguir arcar com os custos.
A
sessão foi tumultuada. Houve manifestação nas galerias e deputados de oposição
levaram patos infláveis com os dizeres “devorador de direitos”, em alusão à
campanha a favor do impeachment organizada pela Federação das Indústrias de São
Paulo (Fiesp). A pressão até que surtiu efeito, mas não foi suficiente. O
Planalto não esperava a aprovação com um placar tão apertado.
Fonte: Correio Braziliense
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