Novas filiações fazem do PSD maior bancada
para o início de 2023.
Foto: Reprodução/Agência
Senado.
O PSD será o maior
partido do Senado no início da nova legislatura, fato confirmado na cerimônia
de posse dos novos parlamentares nesta quarta-feira (1º). A bancada chegou a 15
senadores, graças a novas filiações de parlamentares desde as eleições do ano
passado. O PL, com 12, começa o ano como segunda maior bancada.
Após a apuração das
urnas, a projeção era que o PL seria a maior bancada de senadores,
com o PSD no segundo lugar. A inversão foi resultado das movimentações
partidárias, sempre comuns entre as eleições e o novo ano legislativo. O PSD
filiou quatro novos membros. Ainda em dezembro acrescentou a senadora Zenaide
Maia (RN), ex-PROS, e tirou do PL o senador Dr. Samuel Araújo (RO). Nesta
semana foi a vez das senadoras Eliziane Gama (MA), ex-Cidadania, e Mara
Gabrilli (SP), ex-PSDB, migrarem para o partido.
Outras movimentações
partidárias alteraram o quadro das bancadas entre as eleições e o início da
legislatura. Em dezembro, o senador eleito Cleitinho Azevedo (MG) trocou o PSC
pelo Republicanos. Em janeiro, dois senadores do Podemos passaram para o PSB:
Flávio Arns (PR) e Jorge Kajuru (GO). Nesta quarta-feira (1º) o senador
Carlos Viana (MG) confirmou mudança do PL para o Podemos.
O PL pode se aproximar em
número de senadores com o PSD ainda no início do ano. Samuel Araújo é suplente
de Marcos Rogério (PL-RO), que está em licença até março. Quando ele reassumir
o mandato, se os tamanhos atuais das bancadas estiverem mantidos, o PL ganhará
um senador e o PSD perderá um. Por outro lado, o PSD pode ser beneficiado pela
suplência de Wellington Dias (PT-PI), que tomou posse nesta quarta mas
reassumirá o Ministério do Desenvolvimento Social. Sua primeira suplente,
Jussara Lima, é do PSD e pode ampliar a bancada caso assuma a vaga e fique no
partido.
Outras mudanças de
filiação partidária também podem mudar o cenário das bancadas ao longo do ano.
Ao contrário da Câmara dos Deputados, onde os mandatos são conquistados por
proporcionalidade e pertencem aos partidos, os senadores são eleitos pelo voto
majoritário e não estão sujeitos à perda do mandato quando mudam de partido.
Por isso, as trocas são comuns. No entanto, o tamanho das bancadas no início da
legislatura é importante pois é o momento em que se definem os cargos na Mesa
do Senado e as presidências das comissões.
É importante notar que
três dos partidos representados no Senado fazem parte de federações
partidárias, que são alianças de abrangência nacional que devem durar por pelo
menos quatro anos. Partidos federados atuam sob um estatuto comum. Apenas um
partido de cada federação está representado no Senado atualmente.
Movimentações
Curiosamente, o PSD chega
ao posto de maior bancada mesmo tendo perdido tamanho nas eleições de 2022: o
partido reelegeu 2 dos seus 3 senadores que tentaram renovar o mandato e não
elegeu nenhum nome novo. O crescimento da bancada através de transferências se
reflete na composição: dos 15 senadores que compõem o PSD hoje, 10 não foram
originalmente eleitos pelo partido. O número inclui o presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco (MG), eleito em 2018 pelo antigo DEM.
O quadro é semelhante no
PL. Dos 12 senadores na bancada, 4 chegaram ao Senado por outras legendas. Além
deles, o senador Romário (RJ) conquistou a reeleição em 2022 já pelo PL, mas
não integrava o partido até 2021. Ao todo, 15 dos 27 senadores que compõem as
duas maiores bancadas atuais migraram para esses partidos nos últimos quatro
anos.
Maior bancada
A chegada de um novo
partido ao posto de maior bancada é uma mudança significativa na configuração
política do Senado. Será a primeira vez em 25 anos, e apenas a terceira vez
desde a redemocratização do Brasil, que o MDB não ocupa esse posto no início de
um ano legislativo. Esse lugar foi brevemente ocupado pelo antigo PFL em 1997 e
1998, e agora é do PSD. O MDB inicia o ano na terceira posição, com 10
senadores.
Fonte: Agência Senado.
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