Cientistas
apontam que milho faz barulho ao crescer; som parece de quebra.
Da DeutscheWelle
Quem
"ouve até a grama crescer", como diz o provérbio alemão, ou escuta
muitíssimo bem, ou reage com sensibilidade extrema a boatos e informações. A
pessoa está bem informada – por vezes, até bem demais – e é capaz de reconhecer
as tendências antes que outros as percebam. No entanto, quando uma equipe de
pesquisa da Universidade de Nova York encabeçada por Douglas Cook torna audível
o crescimento da grama, a intenção é menos prever o futuro do que o presente.
O
milho é uma gramínea, mais precisamente um cereal da família Poaceae, e os
ouvindo, os cientistas esperam reduzir as perdas no cultivo devido às quebras
causadas pelo vento.
Métodos
da engenharia mecânica na agricultura
Com
uma safra anual de 350 milhões de toneladas, o milho é o cereal economicamente
mais importante para os Estados Unidos. No entanto, muito se perde devido à
ação do vento. Os cientistas de Nova York decidiram abordar o problema com
métodos normalmente empregados pelos engenheiros mecânicos na pesquisa de
materiais.
"A ruptura de material
é como um terremoto microscópico: a súbita liberação de tensões internas emite
ondas sonoras que se propagam em todas as direções", relatou Cook durante
um congresso da Acoustical Society of America (ASA) em Honolulu. Ele e seus
colaboradores captaram e mediram essas ondas com a ajuda de microfones
piezoelétricos.
Quando
o milho cresce, o som é semelhante ao que produz ao se partir, descreveu o
biomecânico.
"Nós acreditamos que
o crescimento acarreta milhões de microrrupturas, os quais levam a planta a
consertar as áreas danificadas", explicou. Esse processo, em que rupturas
aparecem e são constantemente reparadas, acaba resultando em que a planta fique
cada vez maior. Ele é comparável ao crescimento muscular: quem treina muito tem
ocasionalmente dores musculares, mas no geral seus músculos se fortalecem.
Cook
e sua equipe constataram que, durante o crescimento acelerado, as folhas dos
pés de milho contribuem até certo ponto para a estabilidade do caule. Se os
plantadores conseguirem desenvolver novas espécies com folhas mais firmes,
estas poderão ajudar a combater a ação do vento.
Com informações do Uol
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