Suspeitas
de irregularidade atingem 41,8% dos doadores nas eleições 2016.
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Balanço
das eleições
2016, divulgado nesta segunda-feira (19) pelo TSE (Tribunal Superior
Eleitoral), aponta que 41,8% dos doadores de campanha fizeram contribuições sob
suspeita de irregularidades a candidatos.
Do
total de 965.113 pessoas físicas que fizeram doações, o TSE identificou
indícios de irregularidade em recursos doados por 403.799 CPFs.
O
valor das doações sob suspeita também é alto: R$ 1,3 bilhão. Os casos se
referem a doadores com renda incompatível com o valor doado
–muitos inscritos em programas sociais, como o Bolsa Família--,
sócios de empresas que receberam repasses de dinheiro público e até mesmo
doadores cuja morte já foi oficialmente registrada (408 casos).
As
contribuições de campanha atingiram um valor total de R$ 3,4 bilhões. Essa foi
a primeira eleição desde 1994 em que apenas pessoas físicas puderam fazer
doações.
As
suspeitas se referem a uma primeira triagem feita pela Justiça Eleitoral em
parceria com outros órgãos de fiscalização, como a Receita Federal. Os casos
serão encaminhados para o Ministério Público Eleitoral do local onde a doação
foi realizada para que sejam investigados.
Doações
empresariais disfarçadas
Os
casos encontrados lançaram suspeitas também sobre 20.707 pessoas jurídicas.
Foram identificados, por exemplo, 89 mil casos em que houve a concentração de
muitas doações para um único candidato partindo de sócios ou funcionários de
uma mesma empresa, o que levanta a suspeita de ter sido uma doação empresarial
disfarçada.
As
doações de empresas nas últimas eleições foram proibidas por decisão do STF
(Supremo Tribunal Federal), que entendeu que o poder econômico empresarial
poderia desequilibrar a disputa.
O
presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, afirmou que o meio político está
"aflito" com a discussão sobre como será feito o financiamento das
campanhas em 2018.
Para
Mendes, a discussão sobre a forma de financiamento das campanhas deveria ser
acompanhada por um debate sobre medidas que tornassem mais baratas as
eleições."É um debate superdifícil de se conduzir, porque qualquer mudança
no sistema de financiamento tem que vir precedida de mudança no sistema
eleitoral", disse.
O
ministro apresentou os números da eleição em entrevista à imprensa nesta
segunda-feira, acompanhado do secretário da Receita Federal, Jorge Rachid.
Fonte: Uol
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