O
misterioso rio de ferro líquido descoberto no centro da Terra.
Cientistas
dizem ter descoberto um rio de ferro líquido no centro da Terra, correndo
debaixo do Estado americano do Alasca e da região russa da Sibéria.
Essa
massa ambulante de metal foi detectada graças aos satélites europeus Swarm --um
trio que está mapeando o campo magnético da Terra para entender seu
funcionamento. O campo protege toda a vida do planeta contra a radiação
espacial.
Para
os cientistas, a existência do rio de ferro líquido é a melhor explicação para
uma concentração de forças no campo magnético terrestre que os satélites
registraram no Hemisfério Norte.
"É uma corrente de
ferro líquido que se move cerca de 50 km por ano", explica Chris Finlay,
da Universidade Técnica da Dinamarca.
"É um líquido
metálico muito denso e é preciso uma quantidade enorme de energia para movê-lo.
É provavelmente o movimento mais rápido que temos no manto terrestre"
disse ele à BBC.
Finlay
explica que a corrente de metal líquido é como o jet stream na
atmosfera da Terra --a corrente de ar em altas altitudes usada por aviões para
voar mais rápido. O rio de metal porém, está a 3 mil metros de profundidade.
Os
cientistas acreditam que o rio tenha 420 km de largura e percorra quase metade
da circunferência da Terra. O comportamento dessa massa metálica será crítico
para a geração e manutenção do campo magnético terrestre.
"É possível que a
corrente tenha funcionado por centenas de milhões de anos", diz Phil
Livermore, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e um dos autores do estudo
detalhando a descoberta, publicado na revista científica Nature Geoscience.
Rainer
Hollerbach, outro cientistas envolvido no projeto, acredita que o líquido se
move graças à força da flutuabilidade ou por conta de mudanças no campo
magnético do núcleo terrestre.
Lançados
em novembro de 2013 pela ESA (Agência Espacial Europeia), o satélites Swarm
estão fornecendo acesso sem precedentes à estrutura e ao comportamento do campo
magnético terrestre.
Com
instrumentos altamente sensíveis, os satélites estão gradualmente analisando os
vários componentes do campo, do sinal dominante vindo do movimento do ferro no
núcleo externo à quase imperceptível contribuição feita pelas correntes
oceânicas.
Os
cientistas esperam que os dados do satélite ajudem a explicar a razão pela qual
o campo magnético da Terra tem enfraquecido nos últimos séculos. Alguns
cientistas especulam que o planeta pode estar próximo de um inversão de
polaridade, em que o sul se tornará norte e o norte se tornará sul. Isso ocorre
a cada centenas de milhares de anos.
Fonte: BBC Brasil, com
informações do Uol
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